Weg investe US$ 50 milhões para produzir motores na Índia


A Weg, fabricante catarinense de motores industriais, anunciou ontem a construção de uma fábrica na Índia para a produção de motores elétricos. Localizada na cidade de Hosur, estado de Tamil Nadu, a unidade será construída sobre um terreno recém-adquirido de 170 mil metros e contará com investimento inicial de US$ 50 milhões.

Este valor será destinado ao levantamento da primeira etapa da obra, que será iniciada ainda este ano, e deve estar pronta para produzir as primeiras unidades no fim de 2009. Posteriormente, até 2013, a Weg aguardará os resultados dos primeiros anos de funcionamento para investir em uma provável expansão.

A Índia é um dos 20 países onde a Weg já possui distribuição própria - com um escritório instalado desde 2004 -, mas conforme conta o diretor de relações com investidores da empresa, Alidor Lueders, não tinha ainda uma venda significativa. A idéia de ter unidade própria no país se deveu justamente à intenção de explorar mais profundamente o potencial de crescimento da região.

A fábrica indiana será a décima quarta da Weg, que possui nove unidades no Brasil, duas na Argentina e outras três no México, Portugal e China - resultado do processo de internazionalizaçao a que deu início em 2000.

A sede está em Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, onde a empresa começou há 47 anos e hoje possui duas fábricas que somam uma área total de 900 mil metros, uma das maiores da indústria mundial de motores.

Expansão

A compra de um terreno na Índia faz parte de um plano forte de expansão que a Weg já vem anunciando há algum tempo. Os US$ 50 milhões para essa aquisição sairão dos R$ 520 milhões que a empresa reservou em investimentos de expansão para o ano de 2008, sendo 80% para o mercado interno e 20% para a atuação no exterior.

"Nossa idéia é ser uma empresa internacionalizada e global. Queremos nos expandir gradualmente", conta o diretor de relações com investidores, lembrando que a Weg já vende os seus produtos em mais de cem países.

Os investimentos continuam apesar de a Weg ter registrado uma queda em seus lucros de 2,4% no primeiro trimestre, em comparação a mesmo período do ano passado, chegando a R$ 125,8 milhões.

"Nosso faturamento cresceu abaixo do esperado no primeiro trimestre. Esperávamos um crescimento na faixa dos 20%, e crescemos 13%. Mas a reação não é rever as projeções para o ano, e sim recuperar as perdas", diz o gerente de marketing corporativo da empresa, Paulo Donizeti, quando os resultados trimestrais foram anunciados. "Estamos investindo para crescer já há alguns anos, e não é agora que vamos parar. A cada quatro anos a empresa dobra de tamanho", completou.

"A queda dos lucros e desaceleração do faturamento não decorre das condições do mercado, que está extremamente aquecido. Passamos por mudanças internas no começo do ano e no segudno ou terceiro trimestre já devemos recuperar as perdas", diz. Com esta idéia clara, a Weg continua expandindo sua atuação dentro e fora do país.

Em 2007 começaram a ampliar a fábrica da China, construindo dois anexos para a produção de painéis. As unidades de Portugal e do México - maior que a empresa possui no exterior - também estão sendo ampliadas.

No Brasil, a unidade de São Bernardo irá dobrar de tamanho nos próximos anos, o que já ocorreu com a de Manaus no ano passado, que passou também a produzir aparelhos de ar condicionado.

O número de funcionários também deve aumentar. Depois de subir de 15 mil para 19,9 mil trabalhadores em 2007, o plano é que chegue até os 22 mil ao fim de 2008.

Balanço

A Weg conquistou uma receita de R$ 4,5 bilhões em 2007, 29% acima do faturamento de 2006. No primeiro trimestre a empresa observou desaceleraçaõ nessa taxa de crescimento, faturando R$ 1 bilhões, ou 13% mais que mesmo período do ano anterior.

O mesmo ocorreu com os lucros, que antes de caírem 2,6% no período de janeiro a março, haviam crescido 14,3% de 2006 para 2007, chegando a R$ 575 milhões. O grande motor da empresa tem sido mesmo o mercado interno, que puxou as vendas em 22% no primeiro trimestre, enquanto as vendas para o exterior, convertidas em reais, decresceram 2,6%.