Dados da indústria revelam riscos menores de inflação


Os dados divulgados no dia 3/4 pelo Departamento Econômico da Confederação Nacional da Indústria (CNI) reforçaram os argumentos do Ministério da Fazenda de que os investimentos em máquinas e equipamentos estão ampliando a capacidade instalada na velocidade necessária para atender ao aumento da demanda sem pressões sobre a inflação.

De acordo com a CNI, o grau de utilização da capacidade instalada nas fábricas caiu de 83,1% em janeiro para 82,9% em fevereiro, na série com ajuste sazonal. Apesar deste recuo, o faturamento real do setor aumentou 1,5% na mesma comparação.

O aumento do número de empregados e a maturação de investimentos que estão sendo feitos pelo setor industrial explicam a redução do nível de uso da capacidade, apesar do aumento das vendas. Segundo os economistas da CNI, o investimento vem crescendo há oito trimestres consecutivos em ritmo mais acelerado que o do Produto Interno Bruto (PIB).

No acumulado de 12 meses até fevereiro, segundo cálculos do Departamento Econômico do Bradesco, o consumo aparente de máquinas e equipamentos (que soma produção vendida no mercado doméstico e importações) cresceu 20,2% - o triplo dos 6,9% de alta da produção industrial medida pelo IBGE, na mesma comparação. Pelos dados da CNI, o nível de emprego no setor estava, em fevereiro, 4,9% acima de igual mês de 2007, enquanto as horas trabalhadas avançaram 8,8%.

Para a Fazenda, os dados da CNI e o comportamento recente da inflação recomendam uma "cautela não tempestiva" ao Comitê de Política Monetária (Copom), que na próxima reunião, dia 16, discute se aumenta ou não a taxa básica de juros. Na avaliação da equipe econômica do ministério, o Copom deveria novamente manter a taxa em 11,25% ao ano e deixar para a próxima reunião, dia 4 de junho, uma eventual decisão de elevar a Selic.

No decorrer desses 48 dias vários indicadores de conjuntura seriam conhecidos, ajudando o Banco Central a ter melhores condições de avaliar para onde estão indo a inflação, o crescimento interno e externo e os preços das commodities, dentre outros indicadores.

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