Arcelor recruta brasileiros para atuar no exterior


A falta de engenheiros não é só um problema vivido pelo mercado brasileiro. Companhias do mundo inteiro estão em busca de talentos, como é o caso da empresa de mineração ArcelorMittal. Tanto que seu programa de trainee ganhou caráter internacional, onde recém-formados serão "importados" para outras unidades localizadas em países emergentes.

"Mandaremos o maior número de profissionais", afirma Vanderlei Schiller, vice-presidente de recursos humanos e relações institucionais da ArcelorMittal Brasil. Do total de 223 jovens selecionados, 124 vão trabalhar no exterior, incluindo as 61 plantas da holding, como Estados Unidos, Inglaterra, França e Alemanha, além de Costa Rica e Argentina.

"A idéia de se criar um programa global nasceu quando o grupo conheceu nossa estrutura, principalmente em relação ao processo de formação de engenheiros", ressalta. Durante um ano, os escolhidos são treinados no Brasil, antes de serem transferidos para as outras unidades.

Nesse período eles aprendem a conhecer o funcionamento da companhia e a entender mais a fundo o setor de mineração. O que segundo o vice-presidente de recursos humanos visa suprir a escassez de mão-de-obra especializada. "Ao longo da existência da Arcelor, fomos construindo um banco de talentos para evitar um 'gap' de profissionais com a expansão de negócios da empresa".

Schiller revela que não é de hoje que a indústria de siderurgia, em franco crescimento, enfrenta dificuldades em encontrar gente preparada. Entretanto, com o volume de novos investimentos e a entrada de projetos em fase de instalação, aumentou a demanda por profissionais. "Mas como não existe mão-de-obra suficiente, apostamos na formação de engenheiros metalúrgicos e de minas".

Apesar da escassez local, Schiller explica que a falta de engenheiros é mais forte lá fora do que aqui. Razão que tem levado o grupo a buscar profissionais em outros países. No caso do Brasil, um fator importante justifica a preferência pelos jovens talentos. "Não só os executivos são diferenciados, mas os recém-formados possuem uma boa formação acadêmica".

Além disso, o executivo destaca algumas características inter-pessoais que ajudam nos processos de expatriação (transferência de profissionais), como facilidade de adaptação a ambientes e culturas diferentes. "Também são flexíveis e intuitivos, por isso ocupam cada vez mais o cenário internacional.

Na última seleção para trainees, a ArcelorMittal Brasil recebeu 18 mil inscrições de recém-formados. A Arcelor é resultado da integração, em 2006, de duas forças da siderurgia: a anglo-indiana Mittal Steel e a européia Arcelor. Possui 320 mil empregados na Europa, Ásia, África e Américas.

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