Material oleofóbico repele óleo e protege máquinas

Foto: MIT

Cientistas do MIT, Estados Unidos, criaram uma nova classe de materiais "oleofóbicos" - capazes de repelir óleo - que poderá ter importante aplicação na indústria, principalmente em equipamentos que possuem partes sensíveis a diversos tipos de combustíveis e solventes, como anéis, o-rings e gaxetas.

"Será excepcional se você puder derramar gasolina sobre um tecido ou uma gaxeta de vedação ou qualquer outra superfície e descobrir que, ao invés de se espalhar, o combustível simplesmente rolar para fora," diz o pesquisador Robert Cohen, um dos autores da descoberta.

Tensão superficial

Ao contrário das superfícies hidrofóbicas, que repelem água, não há uma substância naturalmente capaz de repelir o óleo. A tendência dos óleos e outros hidrocarbonetos de se espalhar sobre as superfícies deve-se à sua tensão superficial muito baixa - a medida da atração entre as moléculas da mesma substância.

Já a água tem uma alta tensão superficial, o que explica sua tendência a formar gotas. É por isso que os pássaros não são afetados ao se molharem na chuva ou ao mergulharem, mas devem ser lavados com sabão para remover o óleo quando eles são afetados pelos derramamentos de petróleo.

Material oleofóbico


Os pesquisadores resolveram o problema da tensão superficial projetando um tipo especial de material composto de microfibras especialmente preparadas para acomodar as gotas de óleo, permitindo que elas se alojem intactas logo acima da superfície, sustentadas sobre as minúsculas bolsas de ar que se formam entre as fibras.

O grande ângulo de contato entre as gotas e as fibras evita que o líquido toque diretamente nas fibras e as molhe.

Molécula sintética


As microfibras são feitas com uma mistura de um polímero com uma molécula sintética chamada fluoroPOSS, que tem uma energia superficial extremamente baixa.

As microfibras podem ser facilmente depositadas sobre vários tipos de superfícies, incluindo metal, vidro, plástico e até superfícies biológicas como folhas de plantas, por meio de um processo chamado tecelagem eletrostática ("electrospinning").

Bibliografia:
Designing Superoleophobic Surfaces
Anish Tuteja, Wonjae Choi, Minglin Ma, Joseph M. Mabry, Sarah A. Mazzella, Gregory C. Rutledge, Gareth H. McKinley, Robert E. Cohen
Science
7 December 2007
Vol.: 318: 1618-1622
DOI: 10.1126/science.1148326