MS recebe investimento de R$ 16 bi para instalação de nova fábrica de celulose

A nova fábrica da Bracell será erguida em Bataguassu e reforça o status de Vale da Celulose da região leste de Mato Grosso do Sul

O governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, se reuniu com o presidente da Bracell, Praveen Singhavi, no início deste mês, para assinar o termo de concessão de incentivos fiscais que garante a segurança jurídica necessária para viabilizar a instalação de uma nova fábrica de celulose no estado. O investimento deve somar R$ 16 bilhões e é o primeiro de celulose solúvel do estado.

A nova fábrica será erguida em Bataguassu e reforça o status de Vale da Celulose da região leste de Mato Grosso do Sul, fruto de uma política voltada para a expansão econômica, com diversificação e desenvolvimento das cadeias produtivas, além da criação de um ambiente propício para negócios.

Durante o encontro, foram tratados também os avanços no processo de licenciamento ambiental para a construção da fábrica, sendo que a empresa já entregou ao Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental. A expectativa é que a licença prévia seja emitida até dezembro.

"Mato Grosso do Sul possui enorme potencial de desenvolvimento em diversas áreas. Temos grandes desafios em infraestrutura, mas também temos feitos grandes avanços em saúde, logística, sustentabilidade, energia, educação, e bilhões previstos em infraestrutura para todo estado", disse o governador Eduardo Riedel.

"O governo está comprometido com o crescimento de Mato Grosso do Sul e em trabalhar para garantir um ambiente de desenvolvimento e competitividade que garanta sucesso ao projeto e oportunidade a todo o estado", concluiu.

O presidente da Bracell, Praveen Singhavi, ressaltou a importância do projeto em Mato Grosso do Sul para a companhia. O projeto da Bracell contempla duas possibilidades operacionais: a produção de celulose kraft, voltada ao mercado de papel e embalagens, com capacidade de até 2,8 milhões de toneladas por ano, ou uma configuração mista, que combinará a produção de celulose kraft e celulose solúvel.


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Essa última será uma inovação estratégica para o setor industrial sul-mato-grossense, com potencial de abrir novos mercados e atrair investimentos de alto valor agregado.

Mercado da celulose

A celulose solúvel é utilizada principalmente na fabricação de fibras como viscose, modal e lyocell. Diferente da celulose tradicional, seu processo de produção exige maior pureza e controle técnico, resultando em um insumo de elevado valor comercial que tem conquistado cada vez mais espaço na indústria têxtil como um tecido sustentável.

"Esse tipo de celulose abre portas para cadeias produtivas mais sofisticadas e para exportações com maior valor agregado. É um passo fundamental para a diversificação da nossa base industrial", comenta o secretário Jaime Verruck.

"O Mato Grosso do Sul se consolidou como um dos principais protagonistas do setor florestal no Brasil. Somos o segundo maior produtor de madeira em tora para papel e celulose e responsável por 24% da produção nacional de celulose", lembra Jaime Verruck.

Segundo o secretário, esse protagonismo, que justifica o título de Vale da Celulose, é resultado da expansão das áreas de eucalipto, da crescente base industrial, com 30 indústrias e mais de 7 mil trabalhadores, além de uma política pública comprometida com o desenvolvimento sustentável.

"Desde 2015, já foram atraídos R$ 125 bilhões em investimentos, R$ 65 bilhões só na atual gestão, o que mostra o impacto positivo do setor na economia do estado, que hoje responde por 17,8% do PIB industrial e gera mais de 26 mil empregos diretos e indiretos", finalizou.