PSA quer estar entre as quatro maiores do Brasil até 2015

A disputa do setor automotivo brasileiro será mais intensa nos próximos anos. O grupo PSA Peugeot Citroën já se prepara para estar entre as quatro grandes montadoras no ranking de vendas de veículos no País em 2015.

Atualmente o grupo francês é o quinto colocado no setor em número de emplacamentos de automóveis, atrás da Ford, que ocupa o quarto lugar em vendas. Vamos nos preparar para essa meta com o lançamento de novos produtos, investimentos massissos para aumentar a capacidade local, além de expandir a rede de concessionárias, disse Pascal Hénault, diretor de pesquisa de inovação automotiva do grupo PSA. Em novembro o grupo vendeu no Brasil 115.057 veículos, um crescimento de 34,5% em relação ao mesmo período de 2006.

Pascal destacou que, para o grupo francês ter uma base forte de rentabilidade no âmbito internacional as operações do Mercosul, assim como as da China e da Rússia são muito importantes. Mais tarde a Índia também ganhará relevância nas estratégias de crescimento mundial da corporação, destacou o executivo.

Para crescer no Mercosul, o grupo PSA já anunciou investimentos de US$ 500 milhões até 2010. Deste total, R$ 110 milhões serão aplicados na fábrica de Porto Real (RJ), que elevará a produção de 100 mil para 150 mil unidades por ano. A meta da companhia francesa é que a capacidade de produção alcance 500 mil veículos em 2010 e a rede de concessionárias cresça de tamanho e passe a ser representada no País por 450 autorizados.

Hoje 300 revendas oferecem cobertura no País. Em 2006 a empresa fechou com equilíbrio financeiro pela primeira vez no Brasil e em 2007 espera fechar com lucro.

Também em 2015 o grupo PSA pretende reforçar a liderança mundial com a produção de carros ecológicos. O objetivo é reduzir de 130 para 120 gramas o índice de emissões de CO2 na atmosfera. Em 2006 a companhia francesa já vendeu 1 milhão de carros que emitiram menos de 140 gramas de CO2 por quilômetro rodado e a meta é vender a mesma quantia em longo prazo.

Apesar do pioneirismo do Brasil com o lançamento dos veículos com tecnologia flex fuel, que poluem menos, ao permitir que se utilize gasolina e álcool, o diretor de pesquisa do grupo PSA não espera um grande crescimento das exportações do motor flex fuel para a França em razão da falta de uma rede para abastecimento de etanol. O governo francês ainda não tem uma política definida sobre a distribuição do álcool no país, disse Hénault.

Segundo o executivo, até 2020 não haverá mundialmente carros produzidos com célula de combustível - movido a hidrogênio - porque ainda não houve um avanço em pesquisa para reduzir o custo da bateria, que ainda é muito elevado.

A aposta do grupo PSA, disse, é no carro híbrido, que é equipado com motor diesel e elétrico. Além de ter 95% dos veículos com garantia de reciclagen, o grupo francês pretende aumentar também a utilização de matérias-primas recicláveis, como cisal, bambu e outros itens.

Até o final deste ano o Grupo PSA prevê exportar para a Franca 6 mil motores flex fuel feitos no Brasil. Mesmo com as dificuldades no abastecimento de álcool no país a montadora francesa vai lançar em curto prazo uma versão do modelo Peugeot 308 na Europa com motor flexível produzido em Porto Real (RJ).