Desastre afeta quase 95% das atividades econômicas do RS

Os locais mais atingidos incluem os principais polos da indústria do Rio Grande do Sul, afirma a Fiergs

Em novo balanço, a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) afirmou que as enchentes históricas em diversas regiões gaúchas já afetaram 94,3% de toda a atividade econômica do estado. A catástrofe - uma das mais devastadoras do país - atingiu 447 municípios, cerca de 90% de todas as cidades do RS.

“Os locais mais atingidos incluem os principais polos da indústria do Rio Grande do Sul, impactando segmentos significativos para a economia do estado”, afirmou o presidente em exercício da Fiergs, Arildo Bennech Oliveira. Na semana passada, a federação já havia afirmado que ainda é incerta a perspectiva de retomada das atividades industriais no estado após as inundações e é ainda impossível determinar um prazo com precisão.

Desastre no Rio Grande do Sul impacta duramente a economia do estado. Imagem: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

Impacto na economia do Rio Grande do Sul

Segundo a Fiergs, as quatro regiões com maiores municípios com Valor Adicionado Bruto (VAB) potencialmente afetado são: Metropolitana (R$ 108 bilhões), Vale dos Sinos (R$ 65 bilhões), Serra (R$ 47 bilhões) e Planalto (R$ 46 bilhões). Em relação ao VAB da indústria, as regiões com maior atividade industrial potencialmente atingida são: Vale dos Sinos (R$ 25 bilhões), Metropolitana (R$ 17 bilhões), Vale do Taquari (R$ 16 bilhões) e Serra (R$ 15 bilhões).

Das dez regiões econômicas, as com o maior número de municípios atingidos até 13 de maio são Planalto (94), Missões (87), Vale do Taquari (51) e Central (46).

Em relação aos estabelecimentos industriais, as regiões com a maior quantidade de indústrias no Rio Grande do Sul em municípios afetados são Vale dos Sinos (9,1 mil), Metropolitana (8 mil) e Serra (6,6 mil). Já as regiões que mais empregam na indústria do Rio Grande do Sul em municípios atingidos são Vale dos Sinos (184 mil), Metropolitana (128 mil) e Serra (121 mil).

Quanto às exportações apenas da indústria de transformação em cidades potencialmente afetadas, se destacam as regiões Sul, com R$ 3,7 bilhões; Metropolitana, US$ 3,2 bilhões; Central, US$ 3,1 bilhões, e Planalto, US$ 2,7 bilhões. Por fim, as regiões com maior impacto potencial sobre a arrecadação de ICMS em estabelecimentos industriais são Vale dos Sinos, com um total de R$ 5,3 bilhões, Serra, R$ 3,5 bilhões, e Metropolitana, R$ 3,1 bilhões.

Setores afetados

Entre os locais mais atingidos, na Região da Serra o destaque vai para a produção nos segmentos metalmecânico (veículos, máquinas, produtos de metal) e móveis, enquanto na Região Metropolitana de Porto Alegre estão os metalmecânico (veículos, autopeças, máquinas), derivados de petróleo e alimentos.


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Já na Região do Vale dos Sinos tem grande relevância a produção de calçados; e no Vale do Rio Pardo, destacam-se os segmentos de alimentos (carnes, massas) e tabaco. Por fim, a Região do Vale do Taquari é forte nos segmentos de alimentos (carnes), calçados e químicos.