Dispositivo pode revolucionar o tratamento do diabetes tipo 1 sem injeção

Pesquisadores do MIT criaram um implante que gera sua própria oxigenação, mantendo níveis de glicose estáveis.

No mundo da medicina, uma inovação promissora está prestes a mudar o cenário do tratamento do diabetes tipo 1. Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveram um dispositivo implantável que não apenas contém células de ilhotas pancreáticas produtoras de insulina, mas também possui uma fábrica de oxigênio embutida. Isso pode representar um grande avanço na vida dos pacientes diabéticos, eliminando a necessidade de injeções frequentes de insulina e garantindo maior controle sobre os níveis de glicose no sangue.

Os engenheiros do MIT projetaram um dispositivo implantável que transporta centenas de milhares de células de ilhotas junto com sua própria fábrica de oxigênio a bordo para manter as células saudáveis. Imagem: Felice Frankel/ MIT/ Divulgação

O problema enfrentado por muitos pacientes com diabetes tipo 1 é a falta de insulina no corpo, que normalmente é produzida pelas células de ilhotas pancreáticas. No entanto, quando essas células são implantadas, elas muitas vezes sofrem com a falta de oxigênio, o que limita sua capacidade de produzir insulina de forma eficaz. É aí que entra o dispositivo desenvolvido pela equipe do MIT.

O dispositivo, do tamanho de uma moeda de 25 centavos de dólar dos EUA, utiliza uma membrana de troca de prótons que tem a capacidade de dividir o vapor de água presente no corpo humano em oxigênio e hidrogênio. O oxigênio gerado é direcionado para uma câmara de armazenamento e, em seguida, fornecido às células de ilhotas através de uma membrana fina e permeável ao oxigênio. Isso cria uma solução autossustentável, permitindo que as células de ilhotas continuem produzindo insulina de maneira consistente.


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Os resultados dos testes iniciais, realizados em camundongos diabéticos, são promissores. O dispositivo conseguiu manter os níveis de glicose no sangue dos animais estáveis por pelo menos um mês. Esta conquista pode ser um divisor de águas no tratamento do diabetes tipo 1, oferecendo aos pacientes uma alternativa eficaz e conveniente às injeções de insulina.

Uma característica notável deste dispositivo é sua independência de fios ou baterias. A energia necessária para dividir a água em oxigênio e hidrogênio é fornecida através de ressonância magnética indutiva, transmitida por uma bobina magnética externa. Isso elimina a necessidade de procedimentos invasivos e torna o dispositivo mais prático para uso médico.

Embora o foco principal da pesquisa seja o tratamento do diabetes, os pesquisadores acreditam que essa abordagem inovadora poderia ser adaptada para tratar outras doenças que requerem a entrega contínua de proteínas terapêuticas. Os próximos passos envolvem testar o dispositivo em animais maiores e, eventualmente, em seres humanos, com o objetivo de desenvolver um implante do tamanho de um pedaço de chiclete para uso humano.