Mercado de carbono vai atrair investimentos ao país, diz Rollemberg

No comando da Secretaria de Economia Verde do MDIC, Rodrigo Rollemberg destaca a importância da sustentabilidade na indústria

No comando da Secretaria de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o ex-governador do Distrito Federal Rodrigo Rollemberg tem se desdobrado para fazer prevalecer o conceito de sustentabilidade na tomada de decisões do governo, sob o slogan da neoindustrialização

Em entrevista ao Indústria Verde, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), ele disse que se trata de um momento como crucial para o Brasil se adaptar às demandas internacionais, como, por exemplo, às restrições da União Europeia para produtos importados e investir no mercado interno. Confira trechos da entrevista: 

Indústria Verde: Por que a regulamentação do mercado de carbono é importante para o país?

Rodrigo Rollemberg: Segundo estudos da WECarbon e da Câmara de Comércio Internacional, o mercado de carbono no Brasil pode atrair até 120 bilhões de dólares até 2030. O Brasil tem uma oportunidade de ouro. Nós já temos uma matriz energética limpa em relação ao resto do mundo com a capacidade de expansão muito grande. Sustentar o desenvolvimento industrial a partir dessa base energética limpa vai permitir a consolidação de uma indústria de baixo carbono no país, com uma produção extremamente competitiva no cenário internacional. Precisamos aproveitar a oportunidade que esse momento histórico nos oferece.

IV: O senhor tem falado muito sobre a necessidade de o Brasil se adequar às exigências internacionais. Como o senhor vê a posição que o Brasil está agora em relação ao mercado internacional?

RR: Eu acho que o Brasil tem uma excelente oportunidade de se inserir de forma competitiva no cenário internacional, assumindo a liderança em uma economia de baixo carbono, em uma economia verde. Pontuo três razões que o diferenciam bastante. Nós temos aqui a maior biodiversidade do planeta, temos uma grande disponibilidade de biomassa e temos uma matriz energética limpa e em expansão. E isso dá condições de competitividade muito grande ao país. 


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IV: Como o senhor vê a indústria nesse contexto?

RR: A indústria é fundamental porque nós precisamos adensar as cadeias produtivas, gerar empregos qualificados e ampliar a nossa pauta de exportações com produtos de maior valor agregado. Então, isso inclui todo o conhecimento da nossa bioeconomia, por exemplo, que vai desde a tecnologia na ponta - que é a tecnologia que vai favorecer o pescador, que faz manejo sustentável do pirarucu, que retira o açaí, que retira a castanha - até as tecnologias de ponta. As tecnologias que estão na fronteira do conhecimento, que a partir de projetos bastante sofisticados como fermentação de alta precisão, vão produzir bioinsumos, biodefensivos, bioinoculantes, bioplásticos, enfim, bioprodutos de uma infinidade de formas. 

Para ler a entrevista na íntegra, acesse a página do Indústria Verde.