Grupo Solvay mostra primeiro avião movido à energia solar

Fonte: CDN - 16/11/07
Foto: Divulgação

O Grupo Solvay apresenta, primeira vez no continente Americano, o Solar Impulse, primeiro avião tripulado do mundo movido unicamente a energia solar. Para apresentar o projeto, a Solvay trouxe ao Brasil executivos de várias nacionalidades para um encontro em que participaram Paulo Schirch, Presidente da Solvay no Mercosul, e André Borschberg, CEO do Projeto Solar Impulse e um dos pilotos do avião. É a primeira vez que o projeto é apresentado fora da Europa, local em que está sendo desenvolvido.


O Grupo Solvay foi a primeira empresa a apoiar o Solar Impulse, lançado em 2003. Como lembra Paulo Schirch, as grandes expedições dos séculos passados foram financiadas pelos governos, já as aventuras atuais acontecem sob o patrocínio privado. O executivo ressalta que "o Solar Impulse une a inovação ao desenvolvimento sustentável, estando em total sinergia com os pilares do Grupo".

Uma idéia de Bertrand Piccard, André Borschberg e Luggino Torrigiani formou a equipe de desenvolvimento do projeto Solar Impulse, que hoje é composta por 45 profissionais e reúne uma centena de especialistas de mecânica, física, eletrônica, aviação, meteorologia e cálculo. De acordo com Borschberg, todos os parceiros do projeto, sejam os apoiadores, sejam os técnicos, têm espírito aventureiro, visão de longo prazo e o desejo incontido de explorar novos horizontes. "Eles se identificam com os valores fundamentais e com o entusiasmo que cerca o Solar Impulse: exploração, inovação tecnológica, excelência do empreendimento, paixão, trabalho em equipe, sonho e emoção", completa.

O Solar Impulse, ao longo dos últimos três anos, já realizou três vôos por meio de um simulador, proporcionando uma avaliação do comportamento e percurso da aeronave, em condições meteorológicas reais. As análises foram baseadas em mais de 5 mil parâmetros, entre eles o consumo de energia, bateria, gestão de painel solar, potência do motor, modelos de vôos, gestão de autorizações de sobrevôo e decisões do piloto.

De acordo com o cronograma do projeto, em 2008 já iniciam os primeiros testes de vôo para, em 2009, ser realizado o primeiro percurso noturno. No ano seguinte, 2010, está previsto que o avião fará duas grandes viagens: cruzará os Estados Unidos e depois o Oceano Atlântico e, em maio de 2011, dará uma volta ao mundo tripulado, com um piloto a bordo, fazendo uma escala em cada continente, com trechos de quatro a cinco dias.

Impulso

O projeto de viabilidade foi realizado ainda em 1999, pela Escola Técnica Federal de Lausanne, na Suíça, país onde o projeto está sendo desenvolvido. Após essa etapa, colocou-se em prática o princípio do avião: criar uma forma de, durante o dia, captar energia solar que se transforma em eletricidade para alimentar os motores à hélice.

Para isso, foi necessário revestir a estrutura do avião com mais de 200 metros quadrados de células fotovoltaicas de rendimento elevado, dispondo-as de maneira mais aerodinâmica possível. A envergadura da aeronave possui 80 metros, de modo a obter uma potência de 28 watts por metro quadrado permitindo suportar um peso de 8 quilos por metro quadrado.

Sendo assim, para transportar uma carga útil de 160 quilos incluindo piloto, seus equipamentos de sobrevivência, de segurança e pilotagem, quase dois terços do peso do avião, foram dedicados aos sistemas de energia, ao controle e às baterias, e o outro terço destinado apenas para a estrutura da aeronave.

"Para o resultado que esperamos, impomos como palavra-chave a otimização, seja de produtos ou processos", explica Borschberg. As asas integrarão um revestimento feito com células solares ultrafinas, encapsuladas e flexíveis, capazes de resistir ao desgaste e às deformações e suportar um peso total de 2 mil quilos. Toda a construção recorre às tecnologias mais avançadas, estimulando pesquisas científicas e técnicas das estruturas compostas, dos materiais ultraleves e com maior rendimento.