Vale investirá R$ 1,6 bilhão em nova usina para produção de ferro gusa no Pará

Mineradora tem como meta operar a planta com 100% de biomassa até 2030.

Com investimento de mais de R$ 1,6 bilhão, a mineradora Vale iniciará as obras de instalação da usina de Tecnored com a capacidade de produção de até 500 mil toneladas de ferro gusa, no município de Marabá, no Pará. Um contrato foi assinado em abril com a empresa e o governador do estado, Helder Barbalho.

“A mineração é uma das principais vocações de nosso Estado, mas é fundamental que nós possamos dar um passo adiante. Apenas a extração do minério em nosso Estado não é o que o Pará pensa e a sociedade espera de um modelo de desenvolvimento. É fundamental que haja a verticalização e que possamos agregar valor porque isso significa geração de emprego. A população precisa de emprego e renda”, destacou o governador.

De acordo com a Vale, o início das operações está previsto para 2025.  A meta da mineradora é operar a planta com 100% de biomassa até 2030. “A implantação da Tecnored representa um passo importante na transformação da mineração, contribuindo para tornar a cadeia do processo cada vez mais sustentável. O projeto Tecnored é de grande importância para a Vale e para a região e trará ganhos de competitividade, sustentabilidade ambiental e desenvolvimento para a região”, afirma o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo

Geração de 2,6 mil empregos  

O projeto, que será implantado no Distrito Industrial do município, permitirá a produção de ferro gusa com baixa emissão de carbono (gusa verde), e deverá gerar, na fase de implantação, 2,6 mil empregos diretos e indiretos e 400 postos de trabalho na fase operacional. Ao longo de toda a sua vida útil, o projeto tem a expectativa de gerar R$ 15,2 milhões em salários por ano e R$ 350 milhões em exportações anualmente. 

De acordo com a mineradora, a iniciativa conta com uma tecnologia inovadora que permitirá a produção de ferro-gusa (usado na fabricação do aço) a partir da substituição de combustível fóssil por biomassa, reduzindo significativamente as emissões de carbono. Desenvolvida ao longo dos últimos 35 anos, a tecnologia permite, ainda, a eliminação de etapas anteriores à produção do aço na usina siderúrgica, proporcionando a redução na emissão de gases do efeito estufa.


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“É um processo de fazer ferro gusa de forma diferente. Que não polui e não usa carvão mineiral. É um semielaborado. Temos que depois cobrar o próximo passo, que é de minério elaborado e verticalizar de fato a mineração”,  ponderou o prefeito Tião Miranda.