Agricultores australianos podem colher U$ 3 bilhões com carbono

Fonte: ABC News - 17/10/07 

Um relatório sobre os impactos das mudanças climáticas na Austrália afirma que os agricultores podem conseguir uma renda extra de 3 bilhões de dólares por ano se ajudarem a produzir energia limpa e oferecerem compensação de carbono a grandes poluidores.

O relatório CSIRO foi elaborado por um grupo chamado de Aliança Agrícola nas Mudanças Climáticas – que inclui produtores e organizações verdes. O documento revela que agricultores podem criar compensações de carbono para grandes emissores mundiais e obter até 920 milhões de dólares ao ano. Também destaca que as energias renováveis podem render royalties para usinas eólicas e gerar um retorno anual de 250 milhões de dólares.

John Connor, do Instituto do Clima, acredita que este é um passo-chave necessário para se cortar as emissões de gases do efeito estufa. “O setor rural pode assumir uma posição de destaque não apenas na produção de pão e manteiga, mas com o fornecimento de energia e com a redução da poluição”, afirma.

O estudo verificou que uma meta de 25% para energia renovável é lucrativa e pode render aos agricultores royalties de vento de até 250 milhões de dólares ao ano.

Dale Park, da Federação de Agricultores do Oeste da Austrália, que faz parte da aliança, acredita que o setor deve fazer a sua parte no combate às mudanças climáticas. “Os  últimos 10 anos não têm sido fácil para o setor agrícola e os produtores têm percebido o declínio do comércio; então eles realmente precisam buscar outras fontes de renda e possibilidades, como esta”.

O diretor-executivo da Agforce, Brett de Hayr, também entende que a indústria agrícola desempenhará um papel importante para a solução das questões questões climáticas e sugere que o setor seja incluído nas discussões. “A agricultura não foi incluída nas discussões até agora”, adverte.

“Seja em relação ao comércio de emissões, seja em relação à adoção de novas iniciativas climáticas, nós realmente fazemos parte da solução”, conclui.