Potencial energético de usinas eólicas offshore no Ceará desperta interesse internacional

Empresa chinesa fechou acordo com o Governo do Estado para montar um parque industrial de apoio ao desenvolvimento das usinas.

O Ceará está caminhando para ser um dos principais polos de energia eólica offshore (no mar) do país, com 117 GW de capacidade para a instalação de parques eólicos em águas rasas, de acordo com o estudo Atlas Eólico e Solar do Ceará. A título de comparação a potencialidade das instalações eólicas onshore (em terra) são de 94 GW.

De acordo com o presidente da câmara setorial de energias renováveis do Ceará, Jurandir Picanço, esse é um modelo de geração de energia ascendente no mundo todo. "No mundo, prevê-se que a energia eólica offshore deverá aumentar 15 vezes nas próximas duas décadas, transformando-a em US$ 1 trilhão em negócios. O mercado eólico offshore global cresceu quase 30% ao ano entre 2010 e 2018, beneficiando-se de rápidas melhorias tecnológicas. E os melhores locais para esses projetos poderiam fornecer mais do que a quantidade total de eletricidade consumida mundialmente hoje", disse em entrevista ao Diário do Nordeste. 

No Brasil, o Ceará se destaca como uma das principais regiões para a exploração desse tipo de energia e tem atraído investimento externo. 

Novos parques de energia eólica offshore

Entre os principais projetos de energia offshore em andamento no Ceará está o Complexo Eólico Marítimo Asa Branca, que pode produzir 400MW no município de Amontada, com instalações a 3km a 8km da praia. A estrutura prevê  uma linha de transmissão própria de acordo com o Governo do Estado, além  do uso de navios-plataformas auto elevatórios para instalação da estrutura necessária. 

Outro projeto é o dos brasileiros e italianos da BI Energy, que tem perspectiva de construir parques offshore em Caucaia e Camocim. Só em Caucaia a previsão é de instalação de 48 turbinas offshore e 11 semi-offshore, totalizando 598MW de potência.Já em Camocim, o projeto prevê 100 aerogeradores com capacidade de 1,2 GW. Ao todo, a BI Energy pretende investir R$14 bilhões em estruturas como essas no Ceará.

Suporte chinês

Para dar suporte a construção de tais usinas, o Governo do Ceará assinou uma parceria com a chinesa Mingyang Smart Energy, que irá instalar um grande parque industrial de aerogeradores para energia eólica offshore. 


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O projeto prevê  a criação de uma fábrica  no complexo do Pecém. A intenção é transformar o porto em um hub de exportações de equipamentos para a geração desse tipo de energia tanto para o Brasil quanto para o exterior.

Ao incentivar a atividade industrial, além da geração de emprego, a parceria prevê atrair ainda mais projetos de energia eólica offshore para a região, que ainda tem muita potencialidade não explorada, concretizando o Ceará como uma referência no setor