Brasil não precisa eletrificar frota, diz CEO da ZF

Scheider indica que no mercado brasileiro a empresa vai focar no fornecimento de sistemas de segurança

Entre as principais soluções tecnológicas que a ZF pretende fornecer aos fabricantes de veículos no mercado brasileiro nos próximos anos, a eletrificação do powertrain não faz parte dos planos. Para Wolf-Henning Scheider, CEO global da companhia alemã, o Brasil não precisa eletrificar sua frota para baixar os níveis de emissões, porque já faz grande uso de motores a etanol – biocombustível que tem balanço zero de gás de efeito estufa, pois quase toda a emissão de CO2 é reabsorvida nas plantações de cana. Com isso, segundo o executivo, a ZF vai focar seus esforços na região para elevar o fornecimento de seus sistemas de segurança veicular ativos e passivos. 

Em apresentação à imprensa internacional que antecedeu o ZF Global Technology Day 2019 em Dresden, Alemanha, o executivo fez um balanço das principais tecnologias que a empresa desenvolve para os próximos anos e que serão demonstradas ao público no próximo Salão de Frankfurt, em setembro. Questionado sobre quais sistemas poderão ser introduzidos nos mercados brasileiro e sul-americanos, Scheider foi enfático em afirmar que não vê necessidade de o Brasil adotar o caminho tecnológico da eletrificação. 

“O Brasil já tem o etanol, que é neutro em emissões de CO2. Isso deve garantir na região o uso de motores a combustão por muito mais tempo. A eletrificação é mais cara e o País não precisa pular para essa rota”, disse Wolf-Henning Scheider.

Estímulos à segurança veicular

“Nosso foco na América do Sul será em atender ao aumento da demanda por sistemas de segurança veicular, para reduzir acidentes, pois a legislação local já aponta para esse caminho”, acrescentou Scheider. 

Nesse sentido, a ZF desenvolve atualmente para introdução nos próximos anos diversos sistemas de segurança ativa e passiva que poderão aportar nos mercados sul-americanos logo após sua adoção na Europa, América do Norte, Japão e China. Entre esses sistemas, os mais cotados para chegar primeiro à região onde está inserido o Brasil são frenagem automática de emergência e controles eletrônicos de chassi que atuam na estabilidade, tração e direção, com o objetivo de evitar acidentes ou mitigar seu efeito sobre os ocupantes do veículo. O programa Rota 2030 oferece estímulos para adoção desses dispositivos. 


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O Rota 2030, aprovado ano passado para estimular o desenvolvimento da indústria automotiva brasileira, prevê a adoção obrigatória a partir de 2022 de dispositivos de assistência ao motorista para elevar os padrões de segurança, com oferta de desconto tributário de um ponto porcentual no IPI para fabricantes que introduzirem mais equipamentos do que obriga a legislação.