Avião? Porque não ir de foguetão? Viajar entre cidades de foguetão pode ser possível em 10 anos

Banco UBS diz que será possível fazer viagens de foguetão entre cidades em 2030. Fazer Nova Iorque-Xangai demoraria 39 minutos em vez de 15 horas. Negócio pode "canibalizar" as companhias aéreas.

O banco de investimento suíço UBS prevê que, dentro de 10 anos, os foguetões vão deixar de ser um transporte exclusivamente espacial: em breve, em vez de usarmos aviões para viajar entre cidades, será possível que o façamos de foguetão. A sugestão veio de Jarrod Castle e Myles Walton, dois dos analistas que escreveram o recente relatório “O turismo espacial pode ser o primeiro passo para o desenvolvimento de viagens de longa duração na Terra servidas pelo espaço”.

De acordo com o banco, a duração de uma viagem desta natureza ainda é “incerto”. Mas a SpaceX já tinha anunciado planos de construir um foguetão — a que chamou Starship — capaz de levar passageiros entre duas cidades distantes através do espaço. E, segundo a empresa de Elon Musk, uma viagem entre Nova Iorque e Xangai, por exemplo, demoraria apenas 39 minutos, quando atualmente exige 15 horas.

Segundo a notícia da CNBC, para o banco, as inovações apresentadas nos últimos anos por empresas como a SpaceX, a Virgin Gallactic ou a Blue Origin — todas elas dedicadas não só à exploração espacial, mas sobretudo a levar o turismo para além da Terra — podem esmagar as companhias aéreas “de uma forma similar ao que aconteceu com o surgimento de empresas low cost de viagens”. Viajar entre duas cidades distantes de foguetão pode tornar-se um mercado avaliado em 20 mil milhões de dólares em 2030.

De acordo com as análises do UBS, a indústria espacial em 2030 pode valer 805 mil milhões de dólares no início da próxima década — um valor duas vezes maior do que a avaliação desse ramo industrial neste momento. Uma parte pode ser dedicada a viagens que durem mais do que 10 horas. E embora esse ramo possa representar apenas 2,5% do negócio, os analistas preveem que pode ser suficiente para que a aviação seja “canibalizada”.

O relatório até apresenta um orçamento para esta projeção. “Se assumirmos que 5% desses voos no futuro serão concretizados pelo aeroespacial a 2.500 dólares por viagem, a oportunidade de receita a partir de então seria de mais de 20 mil milhões de dólares por ano”, contabilizam os analistas.


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Os números baseiam-se na ideia de que os foguetões reutilizáveis, que a SpaceX já opera, podem tornar-se ainda mais acessíveis e eficientes: “Dada a duração das viagens comerciais de longa distância, as regras em torno das restrições de tripulação e as regras de descolagem e pouso nos aeroportos, acreditamos que um foguete reutilizável teria taxas de utilização materialmente melhores do que um avião comercial”, concluiu o relatório.