BH Aiport vai investir R$ 10 mi em terminal de cargas neste ano

Concessionária já havia investido R$ 14 mi nas operações de cargas

Depois de investir R$ 14 milhões entre 2017 e 2018, a BH Airport vai aportar outros R$ 10 milhões no terminal de cargas do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins (RMBH), neste exercício. Na primeira fase, os investimentos foram voltados para a otimização das operações de cargas. Agora, o foco será a obtenção de certificações e a implantação de sistemas de tecnologia da informação (TI) para alavancar ainda mais as receitas do aeroporto com logística.
De acordo com o diretor de Operações e Desenvolvimento de Negócios da BH Airport, Adrian Elkuch, basicamente, o montante será investido em um novo conceito de soluções e logística visando aproveitar o potencial de transporte de mercadorias e produtos através do terminal.

“Fizemos um estudo de potencial de mercado e estratégias que mostrou que 80% das cargas mineiras não chegam ao Estado pelo Aeroporto Internacional de Belo Horizonte. São nacionalizadas em outros aeroportos ou encaminhadas para diferentes recintos alfandegários. Nosso foco é reconquistar essas mercadorias e já estamos vendo resultados”, explicou.
O mesmo estudo mostrou um potencial estimado em US$ 1 bilhão em exportações e US$ 2 bilhões em importações a partir do principal aeroporto de Minas Gerais. Somente em 2018, o aeroporto registrou crescimento de 10% no volume de cargas internacionais transportadas em relação ao ano anterior, chegando a 11 mil toneladas de produtos dos setores eletrônicos, aeroespacial, automotivo, ciências da vida (biotecnologia, farmacêutico e equipamentos médicos), mineração, ferroviário entre outros.

Conforme o gestor de soluções e logística integrada do aeroporto, Petter Robbe, estes números já são resultados da primeira etapa de investimentos. Entre outras ações, os aportes incluíram a expansão das áreas de exportação e importação; a instalação de duas novas câmaras refrigeradas; a criação da nova área dedicada à movimentação de cargas domésticas para as companhias aéreas e de novas salas para operadores logísticos e despachantes.


Continua depois da publicidade


Já as inversões deste exercício contemplarão o aprimoramento da oferta de serviços de logística especialmente para setores de cargas de alto valor agregado. A começar pela criação de um entreposto aduaneiro dentro do terminal que, conforme Robbe, permitirá o armazenamento de mercadorias e produtos importados em local alfandegado credenciado pela Receita Federal dentro do próprio aeroporto.

Com isso, o aeroporto será o primeiro no País a adotar este regime. Segundo o gestor, o diferencial é que durante o tempo de permanência no terminal estes produtos têm suspensão dos tributos e podem ser nacionalizados de forma fracionada, conforme a necessidade do cliente. “Isso permite com que a empresa ganhe tempo e fôlego para fazer girar sua mercadoria e o capital, proporcionando maior competitividade”, comentou. Para isso, será implantado um software específico de gestão.

O novo conceito prevê também a integração com o modal marítimo, atraindo mercadorias e serviços que chegam aos portos do Rio de Janeiro e São Paulo, para posterior distribuição a partir de Belo Horizonte. Atualmente, de tudo o que chega ao terminal mineiro, 45% vem pelo modal rodoviário e 55% pelo aéreo.