Volvo contrata para acelerar produção no Paraná

Caminhões extrapesados da marca têm fila de espera de até seis meses

Com fila de espera de até seis meses para entregar caminhões extrapesados FH e de três para os semipesados VM, a Volvo deve abrir este mês processo de contratação na fábrica de Curitiba (PR), para completar o horário integral do segundo turno e assim acelerar a produção em 2019. A empresa informa que a decisão foi tomada este mês e ainda não há estimativa de quantos trabalhadores serão necessários. Hoje a planta opera em um turno e meio, no início deste ano foram contratadas 250 pessoas para abrir o meio período adicional. 

Graças especialmente ao agronegócio, as vendas da Volvo já cresceram 91% em relação a 2017 no acumulado de janeiro a outubro, com 8,6 mil unidades emplacadas no período, 6,9 mil só do extrapesado FH, com emplacamentos que estão em nível 98% acima do ano passado. Com total de 7,5 mil caminhões pesados emplacados este ano, a Volvo é a segunda marca mais vendida do segmento até o momento, poucas unidades atrás da Mercedes-Benz (7,67 mil). “Só não estamos em primeiro lugar porque faltou capacidade de produção”, afirma Bernardo Fedalto, diretor comercial do Grupo Volvo América Latina. 

“Hoje não temos nenhuma dificuldade de vender os caminhões FH, mas de entregar, porque o agronegócio se recuperou fortemente este ano e não conseguimos aumentar a produção no mesmo ritmo. Já com o [semipesado] VM a recuperação não foi tão forte, porque é um segmento que depende de consumo e ainda temos nível de desemprego alto no País”, explica Bernardo Fedalto.

O diretor avalia que o próximo ano também será de crescimento do mercado de caminhões. Segundo ele, ao menos nos segmentos onde a Volvo atua, não foi sentida nenhuma instabilidade pré ou pós-eleições, os pedidos continuaram constantes e em alta. “Para 2019 existe um ânimo muito positivo, tudo leva a esperar por um bom ano, ainda que existam muitos problemas a serem resolvidos”, reconhece. 


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Fedalto conta que o principal entrave para elevar a produção do FH não é exatamente a falta de horas de trabalho, mas a falta de alguns componentes importados da caixa de câmbio automatizada I-Shift, hoje presente em quase 100 dos modelos extrapesados vendidos. “Estamos negociando a importação desses componentes de outras regiões, como Ásia e Europa, onde o crescimento não está tão forte. Mas deveremos regularizar isso a partir de 2020 com alguns investimentos”, diz. Atualmente a Volvo tem programa de investimento em curso de R$ 1 bilhão na América Latina entre 2017 e 2019. 

O FH é o caminhão mais caro vendido no País, com preço médio de aquisição que supera os R$ 400 mil, mas ainda assim a Volvo lidera as vendas de modelos 6x4 com quase 40% de participação. Fedalto credita esse sucesso à qualidade e eficiência do veículo percebida pelos clientes. “Hoje o setor [de transporte rodoviário de carga] é muito mais profissional e saber que precisa de instrumentos eficientes para tornar sua operação rentável. Por isso só não compra caminhão zero-quilômetro atualmente quem não pode ou não precisa, porque os clientes sabem que o produto novo é mais eficiente.”


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