Incentivo à ferramentaria vai gerar investimentos

O programa que visa incentivar a ferramentaria deve gerar empregos e atrair investimentos ao setor automotivo do Estado de São Paulo. A região, pelo fato de contar com a maior concentração de empresas do setor, deve ser a mais beneficiada, afirmou Wagner Santana, o Wagnão, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, durante coletiva realizada ontem, pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), no Salão do Automóvel, na Capital.

Para se ter ideia do impacto nas sete cidades, elas contam com seis montadoras – Volkswagen, Scania, Ford, Toyota e Mercedes-Benz em São Bernardo, e GM (General Motors), em São Caetano –, além de 100 das 1.852 ferramentarias do País, conforme a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos).

Ainda que não seja possível estimar números, dado que dependerá do interesse das montadoras em solicitar os créditos retidos de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para compra de ferramentas produzidas no Estado, Wagnão destacou que a expectativa é que as fábricas do ramo ganhem a competitividade que perderam para fabricantes asiáticas. A projeção é a de que R$ 5 bilhões sejam injetados no caixa das montadoras. “Esperamos a retomada desse ramo de atividade, que é a primeira etapa da produção física de uma ferramenta, e que perdeu muito nos últimos anos”, disse. “Talvez não voltemos aos patamares das décadas de 1980 ou 1990, mas vamos recuperar uma indústria que está sofrendo muito.”

Antonio Megale, presidente da Anfavea, salientou que “é preciso voltar a apoiar esse setor, principalmente no Grande ABC, para que ele volte a ter a pungência que um dia teve. Com esse incentivo, podemos alavancar a indústria automotiva, gerando empregos, capacitação e modernização, pois preferimos comprar ferramentas do lado de casa do que de outros países”.


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Para Megale, o programa também irá atrair investimentos e, até mesmo, novas empresas para o Estado. “A devolução desses créditos reduz o chamado custo Brasil”, assinalou, sem projetar percentuais. “Os aportes que foram anunciados nos últimos três anos já foram planejados, mas, para os futuros investimentos, o setor já poderá contar com esse incentivo”, contou Wagnão.

O programa foi publicado no Diário Oficial do dia 9, após um ano e três meses da assinatura do protocolo de intenções. A vigência depende da regulamentação da Fazenda estadual. Luiz Cláudio de Carvalho, secretário da Fazenda, assegurou que o processo será concluído até o fim do ano. “Feito isso, dependerá apenas da solicitação das montadoras, que deverão apresentar um projeto para utilização dos créditos, para que os valores comecem a ser liberados.”