BMW assumirá controle de joint venture na China, onde investirá mais de € 3 bi

Fatia passará de 50% para 75%; acordo será concluído em 2022 com o fim das regras que limitam o controle estrangeiro no país

O Grupo BMW anunciou na quinta-feira, 11, que planeja aumentar de 50% para 75% sua participação na joint venture que mantém com a montadora Brilliance na China, a BBA (BMW Brilliance Automotive) durante uma cerimônia em Shenyang que celebrou os 15 anos da joint venture. O acordo para que a BMW se torne acionista majoritária da empresa ainda está sujeito à aprovação das autoridades e deve ser concluído em 2022, quando terminam as regras que limitam o controle estrangeiro de joint ventures no país. As empresas também assinaram a prorrogação de seu acordo por 22 anos, entre 2018 e 2040.

O anúncio é um marco para montadoras internacionais que atuam na China e que são limitadas a ter no máximo 50% de qualquer empresa chinesa, além de dividir lucros com o parceiro local. Com isso, o negócio pode incentivar rivais como a Daimler e outras montadoras a fazerem o mesmo.

Além disso, a joint venture também anunciou um investimento de mais de € 3 bilhões para suas plantas na China, todas instaladas no complexo industrial de Shenyang: Em Tiexi será instalada uma nova fábrica para dobrar sua capacidade produtiva enquanto a de Dadong receberá investimentos para modernização a fim de receber novos modelos. Como resultado, a capacidade de produção anual nas fábricas da BBA aumentará gradualmente para 650 mil a partir de 2020, quando também terá criado 5 mil novos empregos.

“Estamos embarcando em uma nova era”, disse o presidente do conselho do Grupo BMW, Harald Krueger, em Shenyang, nordeste da China, onde a joint-venture está instalada. Ele agradeceu ao premiê chinês, Li Keqiang, que apoiou o plano, segundo o executivo.

Em 2017, as plantas automotivas da BBA em Tiexi e Dadong produziram quase 400 mil veículos. Atualmente, seis modelos BMW são produzidos em Shenyang: na planta Tiexi são fabricados os modelos Série 1 Sedan, Série 2 Active Tourer, Série 3 Sedan (incluindo a versão de longa distância entre eixos) e o BMW X1, incluindo sua versão híbrida plug-in. Em Dadong, são feitos os BMW Série 5, incluindo a versão híbrida plug-in, e o X3. A partir de 2020, o 100% elétrico iX3 será feito na linha de Dadong, seu único local de produção e de onde será exportado para todo o mundo.


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O negócio também deve levar a BMW a transferir mais produção para a China no momento em que o governo dos Estados Unidos trava uma guerra comercial com a China, o que elevou o custo para o grupo alemão importar carros fabricados em sua planta na Carolina do Sul. A BMW é uma das maiores exportadoras de veículos dos EUA para a China.

“A principal razão para investirmos na China é porque estamos absolutamente convencidos de que o mercado tem potencial de crescimento adicional”, disse o vice-presidente financeiro da BMW, Nicolas Peter. Ele acrescentou que a BMW também está investindo em capacidade adicional nos EUA.


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