Kongsberg investe em modernização de fábrica no Brasil

Empresa muda para área maior a fim de atender demanda crescente do mercado e novos projetos

Para se adequar à crescente demanda do mercado, a Kongsberg Automotive investe no Brasil com foco em duas frentes: a mudança para uma área maior em Jundiaí (SP), onde está instalada desde que chegou ao Brasil, em 2000, este que agora é seu terceiro endereço na cidade; e também elevar a produtividade com novas máquinas a fim de garantir capacidade produtiva para um mercado que após grave crise vem emergindo desde o ano passado, fazendo com que a cadeia de fornecedores volte a se adequar ao mercado.

Segundo o diretor geral da Kongsberg Automotive, Humberto Plais, a readequação da unidade foi completa: além da mudança de endereço para um galpão maior, que abriga tanto a área produtiva quanto administrativa, houve atualizações em maquinário, com a compra de novas injetoras plásticas, além de reestruturação da logística interna, incluindo padronização de embalagens. O laboratório também recebeu parte do investimento para elevar sua qualidade em validação de produtos vinculados à produção e metrologia.

“Há 10 anos estávamos no endereço anterior e avaliamos que não era mais adequado para o crescimento. Mudamos para uma estrutura melhor, maior e também adequada com a possibilidade de ampliação”, disse Plais. “Aproveitamos então a necessidade de mudança para fazer essas melhorias em novas estruturas”, completou.

Fornecedora de produtos tanto para a linha pesada quanto leve, a empresa fabrica aqui sistemas de alavanca do acionamento da caixa de câmbio, componente responsável pela assistência na troca de marcha em veículos: nos comerciais pesados, por exemplo, a carga pode chegar a 50kg durante o acionamento da embreagem – é a alavanca de acionamento que reduz esse peso, garantindo o funcionamento pleno da transmissão sem sofrer amplo desgaste.

A empresa começou no Brasil a pedido de Volvo e Scania: de origem norueguesa, se instalou em Jundiaí, na região metropolitana da capital paulista, para a produção de servo de embreagem, seu primeiro produto nacionalizado. Em sua operação local, trabalha, além de injeção plástica, com usinagem em alumínio, solda e montagem dos conjuntos que são enviados diretamente para as fabricantes dos veículos. Atualmente, além das montadoras suecas, atende um amplo portfólio de clientes como Volkswagen Caminhões e Ônibus/MAN, Ford e Mercedes-Benz. Com a DAF, Plais revela que há negociações em andamento. Sua linha dedicada a veículos comerciais pesados atende tanto câmbio manual quanto as caixas automatizadas.


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Já para veículos leves (de passeio), que passou a atender a partir de 2008 após a compra global da Teleflex, a Kongsberg vem desenvolvendo sua carteira de clientes também para o fornecimento de alavanca de acionamento de caixas de câmbio no Brasil. Por enquanto, a empresa prospecta três clientes que o executivo prefere não revelar.

“Para a linha leve, hoje a maioria do nosso produto é destinada a câmbios manuais. Mas, lá fora, a Kongsberg já está desenvolvendo esse produto para câmbios automáticos. A tendência é que façamos essa migração de forma natural conforme a própria demanda do mercado – seria muito interessante poder produzir localmente”, afirma.

Globalmente, a empresa possui um equilíbrio de fornecimento de 50/50 para o segmento leve e pesado. Por aqui, Plais diz que a proporção está em 70/30 para os pesados: “A meta é tentar também esse equilíbrio no Brasil. Estamos há 18 anos neste mercado e temos uma presença muito forte em sistemas manuais, mas também queremos migrar com novas tecnologias para os sistemas automatizados e automáticos”.

Plais afirma que o Rota 2030 é visto com otimismo e que pode alavancar esses investimentos adicionais nos próximos anos. 

“Vemos sim a possibilidade de fazer mais investimentos em novos produtos no Brasil, principalmente em novos desenvolvimentos, agora que com o Rota 2030 as empresas de autopeças também podem se beneficiar com aportes em P&D. Estão começando, mas temos conversas lá fora sobre este aspecto do que pode vir a ser transformado em conteúdo local.”