China investirá US$ 330 mi na produção de energia solar em Chapada e deve gerar 300 empregos

Mais um empreendimento chinês demonstrou pretensões de investimentos em Mato Grosso. Na terça-feira (30) a CED Prometheus assinou o protocolo de intenções para a instalação de uma usina de energia de solar avaliada em US$ 330 milhões, na região de Chapada dos Guimarães (64 km de Cuiabá). Com capital 100% privado e participação da empresa da China, a obra deve gerar cerca de 300 empregos diretos e indiretos somente no período de construção, de acordo com as previsões iniciais.

O governador Pedro Taques durante assinatura do
protocolo de interesse.

De acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), o documento também leva a chancela do governador Pedro Taques (PSDB), da prefeita do município, Thelma de Oliveira, e de empresários que farão parte do projeto. “Escolheram Chapada, porque a incidência solar lá é muito boa. Com isto mostraremos o nosso compromisso e do Governo do Estado em investir no turismo, mas também preocupado com o desenvolvimento sustentável”, disse a gestora.

Os recursos serão aplicados no desenvolvimento, aquisição, engenharia e construção do centro de produção de energia fotovoltaica de 300MWp na região do Manso, a 129 quilômetros da Capital. A eletricidade produzida ali atenderá as indústrias do Estado reduzindo os custos com o produto. “Temos a certeza que vamos ser beneficiados e as indústrias poderão fazer o aluguel dessas unidades solares”, disse o presidente do Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso, Jandir Milan.
O governador Pedro Taques durante assinatura do protocolo de interesse. 
O presidente da empresa FAAD, Fernando Augusto Filho, explica que a principal vantagem é ter uma energia 25 a 30% mais barata, o que tornará o cenário mais competitivo, criando novos empregos e estimulando a circulação de mercadorias no Estado. Ele também lembra do recolhimento do Imposto Sobre Serviço (ISS) que será pago por todos os setores envolvidos na obra . “Vem para dentro do governo do estado e do município uma boa quantia”, conclui.


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A Sedec informou ainda que o empreendimento seguirá os mesmos moldes do condomínio fotovoltaico que está sendo desenvolvido em Palmira, em Paraná, onde mais de 150.000 m² em painéis solares atenderão exclusivamente as indústrias da região. “O investimento em energia fotovoltaica nos chamou a atenção, justamente, pela questão ambiental e pela deficiência energética que o país pode ter no caso do crescimento”, ressaltou o prefeito de Palmeira, Edir Havrechaki.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Carlos Avalone, é fundamental ter um Estado que tenha autossuficiência energética e garantir isto as gerações futuras. “Quando temos uma matriz de energia diversificada oferecemos mais garantia aos investidores. A Fiemt vai fazer uma reunião apresentando aos empresários este projeto. Então, tudo isto barateia o custo para Mato Grosso, gera mais empregos e atrai investidores dando condições para que eles se instalem no Estado”. 

Série de investimentos

Nos últimos meses, empresários do país oriental apresentaram interesse em investir em diversos segmentos em Mato Grosso. É o caso da Zhuhai Yuren Agricultural Aviation, que, recentemente visitou 10 municípios do Estado em busca do melhor local para instalação de uma fábrica de drones agrícolas avaliada U$ 22 milhões. Os produtos devem custar R$ 19 mil. 

Além dela, há ainda a Corona Energy Technology, que  pode instalar uma fábrica de placas solares no Estado e a COFCO International, maior indúsitria do setor alimentício chinês, que também assinou um protocolo de intenções para ampliar seus investimentos por aqui. 

Em novembro de 2017 a Câmara de Comércio do Governo Chinês,  China International Eletronic Commerce Center, aprovou a apresentação do Programa de Incentivo a Projetos de Interesse Social (PIPS-MT), para Barra dos Bugres (175 km de Cuiabá). O município pode receber até R$ 90 milhões em recursos que devem resolver os problemas de infraestrutura locais.

A sequência de anúncios destas pretensões decorre, segundo o Governo do Estado, da visita de uma comitiva mato-grossense ao país no último ano. A missão de negócios foi realizada em 2017.