Montadoras aceleram produção de veículos em janeiro

Empresas apostam em melhora e ritmo das fábricas avança 17,1%.

Ainda que o mercado interno de veículos não tenha apresentado qualquer reação no início do ano, a produção de carros acelerou em janeiro. Dados da Anfavea, associação que representa as montadoras, mostram que o ritmo das fábricas cresceu 17,1% na comparação com janeiro do ano passado. Foram produzidos 174 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus nas plantas nacionais no primeiro mês de 2017. Na comparação com o resultado de dezembro, no entanto, houve queda na fabricação de veículos da ordem de 12,9%.

A baixa na comparação com dezembro não frustra as expectativas da Anfavea, garante Antonio Megale, presidente da organização: “A alta sobre janeiro de 2016 antecipa a expectativa positiva das montadoras para os próximos meses”, avalia. Ele sustenta que os próximos meses serão de recuperação para o setor automotivo, com inversão da curva de queda nas vendas a partir de março. As exportações, que começaram o ano em alta, também devem contribuir para o resultado. Com isso, a associação sustenta a expectativa de que até o fim do ano sejam fabricados 2,41 milhões de veículos no Brasil, com aumento de 11,9% sobre 2016.

Leves puxam expansão, estoques crescem 

O setor de veículos leves é o principal responsável pelo crescimento da produção na comparação com janeiro do ano passado. Foram feitos 168,5 mil automóveis e comerciais leves no Brasil no último mês. O volume é 13,5% menor do que o registrado em dezembro, mas 15,5% superior ao de igual período de 2016. 

Entre os pesados, apesar da demanda fraca, o ritmo das fábricas de caminhões acelerou 7,8% na comparação com o registrado há um ano, para 4,4 mil unidades. O volume mostra ainda evolução de 9,3% quando confrontado com o anotado em dezembro último. 

Com o ritmo em alta das operações nas fábricas e o mercado doméstico em baixa, subiu o nível dos estoques em janeiro. O patamar saltou de 36 para 38 dias, com 186,4 mil carros armazenados. “As empresas estão formando estoques para atender a demanda esperada para os próximos meses”, aponta Megale. A maior parte deste volume está no pátio das fábricas. Algo que, para o presidente da Anfavea, demonstra que a aceleração da produção é recente e, portanto, os veículos ainda não foram levados à rede de concessionárias. 


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Emprego estável 

A entidade destaca que o nível de empregos parece ter parado de cair. Depois de encolher nos últimos meses, o número de pessoas trabalhando nas montadoras enfim dá sinais de ter se estabilizado. “Houve redução de 50 vagas em janeiro, um número normal para o setor, que pode estar relacionado a aposentadorias, por exemplo”, diz Megale. Com isso, o mês passado terminou com 121,1 mil funcionários nas fábricas de veículos.

O número de trabalhadores inscritos em programas que permitem flexibilizar a jornada está menor. De mais de 30 mil pessoas há alguns meses, hoje são 10,2 mil funcionários com algum tipo de afastamento: 1,6 mil deles em layoff e 8,6 mil pelo PSE (Programa Seguro-Emprego), antes chamado de PPE.