Terminais investem na modernização dos equipamentos

Depois dos portêineres, os RTGs, guindastes que organizam a carga na área de armazenamento, têm recebido atenção.

Depois dos portêineres, que fazem a carga e descarga dentro do navio, são os RTGs que têm recebido a maior atenção dos terminais de contêineres. Os guindastes, em forma de traves sobre pneus, organizam a carga na área de armazenamento e podem ampliar de forma significativa a produtividade das empresas. Várias inovações têm sido adotadas nos últimos anos para dar ainda mais agilidade ao equipamento. Uma delas é a troca dos geradores a diesel pela eletrificação do equipamento. Portonave, em Santa Catarina, e o Grupo Libra já adotaram a medida. Segundo Osmari Castilho, presidente da Portonave, empresa do grupo Triunfo Participações e Investimentos (TPI), estão sendo investidos cerca de R$ 25 milhões na instalação do sistema nos 18 equipamentos do terminal.

Por enquanto, oito RTGs estão operando com energia elétrica. Até julho, os demais também estarão adaptados, o que deve elevar a produtividade em 10%. Além disso, a expectativa é reduzir em 62% o volume de diesel usado no terminal e, em 98% a emissão de gases de efeito estufa. Com o uso dos geradores, são emitidas 2,6 milhões de toneladas por ano de gases poluentes.Com a troca, a emissão cai para 83 mil toneladas por ano.

O gerente de manutenção da empresa, Marcelo Muniz, destaca que as vantagens da energia elétrica no lugar do diesel são enormes. “A manutenção dos RTGs está entre os principais custos da Portonave. A eletrificação traz várias vantagens, como a redução dos custos de manutenção, melhoria na confiabilidade dos equipamentos, aumento na vida útil, além da redução da emissão de gases poluentes.”

Na SantosBrasil e na Embraport, a aposta para dar mais eficiência ao processo operacional é a pesagem dos contêineres diretamente nos RTGs. No sistema tradicional, as cargas eram removidas do navio e colocadas em carretas para pesagem individual.


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Agora o RTG elimina essa etapa e já faz a pesagem automaticamente. A vantagem é redução do tempo de permanência de um contêiner no terminal, evitando filas de caminhões e reduzindo a emissão de gases.

Outra iniciativa, adotada pela Embraport, é um sistema anticolisão, instalado no RTG, que paralisa a máquina quando o sensor identifica a presença de algo próximo ao equipamento (carro ou pessoa, por exemplo). A primeira máquina foi testada e aprovada e deve começar a operar nos próximos dias.

Segundo o diretor de Operações Portuárias e Logística da Santos Brasil, Ricardo Molitzas, as inovações nos portos não devem parar por aí. Já há no mercado mundial guindastes de pórtico sobre trilhos, os chamados RMGs, que são similares aos RTGs, mas têm uma velocidade maior.

“Está nos nossos planos ter um desses equipamentos”, destacou o executivo, lembrando que uma equipe da empresa está viajando para o exterior para pesquisar inovações no setor.