Implementos rodoviários têm queda de 46% em janeiro

Vendas fecham em 4,4 mil unidades contra as 8,3 mil de igual mês de 2015.

A indústria de implementos rodoviários - complementar à de caminhões - registrou queda de 46,1% nas vendas de janeiro sobre as de mesmo mês do ano passado, passando de 8,3 mil para 4,4 mil unidades, entre leves e pesados, de acordo com o balanço divulgado na sexta-feira (5), pela Anfir, Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários.

“O resultado sinaliza que a indústria terá de trabalhar muito somente para atingir a previsão para 2016 que é a de crescimento zero”, afirma em comunicado o presidente da entidade, Alcides Braga.

No segmento pesado – reboques e semirreboques – houve decréscimo de 27,2%, passando de 2,2 mil para 1,6 mil unidades, registrando o pior resultado mensal do setor desde 2004. No de leves, que engloba carrocerias sobre chassis, o tombo foi muito maior, de 52,9%, de 6,1 mil em janeiro de 2015 contra as 2,8 mil emplacadas em janeiro de 2016.

“No momento atual é natural que muitas empresas estejam repensando seus movimentos adiando ou cancelando a aquisição de implementos rodoviários”, afirma Braga. 

Para a Anfir, o pacote de medidas do governo que prevê a injeção de R$ 83 bilhões em crédito, entre elas, o refinanciamento do Finame PSI, não é garantia de retomada dos negócios para o setor. No pacote do governo federal serão R$ 15 bilhões para refinanciamento das operações que estão vencendo do PSI e do Finame com taxas de mercado, sem subsídio, R$ 10 bilhões para pré-custeio da safra agrícola 2016/2017, R$ 10 bilhões em recursos do FGTS para crédito imobiliário, R$ 22 bilhões para operações de infraestrutura, R$ 5 bilhões para capital de giro de micro e pequenas empresas, R$ 4 bilhões em linhas de pré-embarque para exportações, R$ 17 bilhões para consignado ao setor privado com garantia da multa por demissão e 10% do saldo dos depósitos existentes.


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Segundo a entidade, o principal obstáculo para as empresas tomarem emprestado os recursos oferecidos pelo governo nas sete linhas de crédito é o temor do prolongamento da crise. “O empresário teme contrair dívidas quando o cenário é muito adverso”, pondera o diretor executivo da associação, Mario Rinaldi.

Fenatran

Após um novo levantamento sobre os negócios realizados pelas empresas participantes da última edição da Fenatran, em novembro de 2015, a Anfir revela que a feira pode ter gerado a venda de algo como 2,7 mil implementos, entre reboques, semirreboques e carrocerias sobre chassis, volume que representa 48% das 5,7 mil oportunidades de negócio, conceito que reúne vendas e pedidos de aquisições geradas durante a semana de realização do evento.

A conclusão efetiva dessas vendas ainda está em curso.


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