Eaton oferece US$ 570 milhões pela MGE

Fonte: Valor Online - 12/07/07

Seis meses depois de ter sido colocada à venda pelo grupo Schneider Eletric, a MGE Office Protection Systems esta prestes a ser adquirida por US$ 570 milhões pela Eaton Corporation. A compra significa o ingresso da Eaton no mercado de UPS (conhecidos como "no break") de menor porte e também o acesso aos canais de distribuição da MGE.

O processo de venda da marca ocorre após a negativa de órgãos reguladores europeus em aprovar a aquisição da American Power Corporation pela Schneider Eletric. As duas fabricam equipamentos elétricos. O motivo seria a criação de um monopólio no segmento de monofásicos. A contraproposta apresentada pela Schneider para concluir a compra da APC foi vender a divisão de monofásicos.

Até o momento, apenas a proposta da Eaton foi aprovada pela diretoria da MGE. No entanto, segundo executivos das duas empresas, houve outros interessados. "Recebemos diversas propostas e, entre elas, parece que a da Eaton foi a que mais se adequou as exigências", diz o gerente geral da MGE OPS no Brasil, Bernard Paiva.

Na opinião do diretor de vendas do segmento elétrico da Eaton no país, John P. Rogus, o negócio deve ser concretizado até o início de setembro. "Acho que não haverá problemas com os órgãos de concorrência americanos e europeus, pois a compra vem justamente para resolver o negócio da Schneider Eletric com a APC", afirma o diretor ao lembrar que a compra da APC foi anunciada no final de outubro do ano passado.

A Eaton é uma das líderes em controles elétricos, distribuição de energia, UPS e em produtos e serviços para automação industrial. A empresa comercializa seus produtos através de marcas como a Powerware, Cutler-Hammer, Durant, Heinemann, Holec e MEM.

De acordo com o comunicado da Eaton sobre a operação, "a presença da marca MGE em mais de 40 países proporcionará acesso a novos mercados e importantes canais de distribuição, inclusive consolidando a presença fabril do grupo em importantes regiões como a China, por exemplo". Para Paiva, a aquisição complementaria a atuação da Eaton, que tem forte presença na produção de "no breaks" nos setores de médio e grande porte e passa a ter acesso ao mercado de pequenas empresas e domicílios.

Rogus, entretanto, não confirma o ingresso no mercado domiciliar. No caso das empresas de menor porte, sim, já que o empecilho até então era a falta de produção própria dos equipamentos. Ao ser questionado sobre o impacto da produção no Brasil, o executivo responde com outra pergunta: "Será que vamos comercializa-los no país?". E emenda: "A decisão não é simplesmente ter o produto. Existem questões de marketing, canais de distribuição e estoque que precisam ser analisadas".

Atualmente, o negócio da Eaton no Brasil é mais forte nos setores automotivo e de caminhões. Em entrevista ao Valor, em abril, o presidente mundial da companhia, Alexander Cutler, revelou que a América Latina obteve faturamento de US$ 1 bilhão, enquanto que o grupo inteiro apurou resultado de US$ 12,6 bilhões. No Brasil, o segmento elétrico conta com cerca de 400 funcionários e uma fábrica no Estado do Rio de Janeiro.

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