Startup da indústria 4.0 consegue angariar R$ 1,1 milhão com crowdfunding em 11 horas

A startup tupiniquim Serall conseguiu angariar a quantia de R$ 1,1 milhão durante uma rodada de captação feita na plataforma de crowdfunding Cap Table. A companhia ofertou 10% de participação para cerca de 170 investidores e para o Badesul (banco de fomento do Rio Grande do Sul), que aplicou sozinho R$ 400 mil.

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A Serall foi fundada em 2020 por Gustavo Stein e Diana Finkler, e a empresa atua na indústria 4.0. Ela utiliza nanomateriais na produção de vedações de borracha mais resistentes. E durante esse primeiro ano de operação, já conseguiu clientes de peso, como a Vale, Petrobras e Weg.

O principal produto da companhia, as vedações, assegura reduzir o custo e o tempo que essas grandes empresas têm atualmente com reposição e/ou manutenção de peças. “Uma redução nesse tempo ocioso significaria ganhos de produtividade essenciais para este mercado, que normalmente trabalha com margens apertadas”, disse Diana Finkler.

Para o presidente da Cap Table, Paulo Deitos, o fator da empresa ter conseguido captar tantos recursos em tão pouco tempo se deve ao histórico da empreendedora, que vem pesquisando e criando soluções no setor desde 2009. E as grandes empresas que já são clientes da startup ajudam a atrair investidores: “A Serall é uma empresa com um produto diferenciado, validado no mercado e ancorado por um banco de fomento. Tem um potencial enorme”, disse Deitos.

Essa é a primeira vez que a Serall recebe investimento externo, e o meio de captação de recurso através do crowdfunding foi escolhido com o intuito de chamar a atenção de especialistas que possam contribuir com a estratégia de negócios da companhia. “A Cap Table, com seus mais de 30.000 investidores, consegue nos ajudar com o conhecimento que a empresa precisa para crescer”, comentou Diana Finkler. O principal objetivo é aumentar o faturamento, que em 2020 foi de R$ 800 mil, para R$ 3,5 milhões já em 2021. De acordo com a fundadora, metade do valor recebido na rodada de captação será destinado para a compra de matéria-prima, novas certificações técnicas e capital de giro, enquanto os outros 50% serão utilizados em contratações de novos vendedores para reforçar a equipe de vendas.


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O ano de 2020 foi de ascensão para as startups brasileiras, já que somente no mês de outubro elas captaram 221 milhões de dólares — no mesmo período do ano passado, elas receberam “somente” 61,6 milhões de dólares. Porém, este não é o único setor da sociedade que experimentou um crescimento surpreendente. A indústria dos serviços de entretenimento, como os de streaming, lives, e jogos online está crescendo de maneira significativa – em março deste ano, o total gasto em jogos digitais, por exemplo, superou os US$ 10 bilhões, alcançando um recorde mensal de acordo com uma pesquisa da Superdata. E com o desenvolvimento do mercado digital, a indústria de casinos também não ficou para trás. Hoje em dia é muito mais fácil e até mesmo cômodo aproveitar jogos como o pôquer, bacará e blackjack, onde você tem a comodidade para desfrutar boas horas de diversão em qualquer lugar com o seu laptop ou smartphone, encontrando toda a variedade de jogos presente em um cassino físico,  com o adicional de que a diversão vai até você.

Startups de saúde surpreendem

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Neste ano de 2020, a crise sanitária causou uma reviravolta no sistema de saúde, e para suprir a alta demanda em hospitais e atendimento remotos, as companhias do setor tiveram que se reinventar. Durante esse período, as startups de saúde, conhecidas também como healthtechs, ganharam bastante projeção. No Brasil, elas conseguiram obter grandes investimentos que, somados, chegam aos 93 milhões de dólares — cerca de 49% a mais que o conseguido em todo o ano de 2019.

Esses dados foram apresentados pela Distrito Dataminer, uma startup que monitora o mercado de inovação brasileiro. De acordo com a Distrito, em território nacional há 577 healthtechs ativas. E no mês de outubro essas companhias de inovação asseguraram 24 milhões de dólares em aportes. “As inovações na área da saúde, sem dúvida, ganharam relevância e escala nos últimos meses e isto tem atraído a atenção dos investidores”, disse Tiago Ávila, líder da Distrito. Para ele, a grande carga regulatória sobre a saúde impunha diversas barreiras para a inovação, mas durante a crise sanitária essas regulações tiveram que ser revistas. Um exemplo é o atendimento médico a distância, que só passou a vigorar no Brasil com o início do isolamento social. Logo, as healthtechs se adaptaram ao cenário e estão experimentando o sucesso das suas medidas.

Assim, no Brasil vimos um grande crescimento tanto de startups da indústria 4.0 quando das healthtechs e fintechs. Espera-se que o setor avance ainda mais, já que desde a última década o investimento-anjo (em que pessoas e grupos financiam projetos inovadores) dobrou de tamanho no país, passando de aproximadamente R$ 450 milhões há dez anos para mais de R$ 1 bilhão em 2020.


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