Desemprego no Brasil salta a 7,5% em julho, maior nível em mais de 5 anos

A taxa de desemprego no Brasil saltou para 7,5 por cento em julho, maior nível em mais de 5 anos, em consequência do aumento de quase 10 por cento da população desocupada, números que reforçam o quadro de recessão no país em meio ao cenário de inflação alta e instabilidade política.

O resultado do mês passado é o maior desde maio de 2010, quando também ficou em 7,5 por cento, e veio bem pior do que a mais elevada projeção em pesquisa Reuters, cuja mediana apontava para 7,05 por cento. Em junho, a taxa havia sido de 6,9 por cento.

Segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população desocupada cresceu 9,4 por cento em julho, na variação mensal, e 56 por cento sobre um ano antes, somando 1,844 milhão de pessoas que estão à procura de uma posição nas seis regiões metropolitanas analisadas pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME).

O aumento na comparação anual é o maior da série histórica da pesquisa, iniciada em 2003.

“É uma procura crescente de trabalho que está sendo influenciada por pessoas que foram demitidas, mas por pessoas que antes estavam inativas e saem dessa condição para tentar uma oportunidade. São duas frentes", afirmou a técnica do IBGE Adriana Beringuy.

Já a população ocupada ficou estagnada no mês passado frente a junho e recuou 0,9 por cento em base anual, a 22,755 milhões de pessoas.

O IBGE informou ainda que a renda média da população mostrou leve alta de 0,3 por cento em julho, chegando a 2.170,70 reais mensais. Sobre um ano antes, no entanto, houve uma queda de 2,4 por cento.

Os resultados de julho mostram a continuidade da deterioração do mercado de trabalho desde o fim do ano passado, depois de um longo período de desemprego na mínima histórica mesmo com a economia já então praticamente estagnada.

A piora do mercado de trabalho --que vinha sendo uma das principais bandeiras do governo da presidente Dilma Rousseff e embalou sua campanha pela reeleição-- é um componente importante da crise econômica e política pela qual atravessa o país.


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Segundo a pesquisa Focus do Banco Central, economistas esperam que o Produto Interno Bruto (PIB) encolha 2 por cento neste ano e continue contraindo no ano que vem, na maior recessão em 25 anos.


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