Brasil precisa ser menos dependente do Mercosul, diz MDIC

Secretário executivo do ministério afirmou que o País precisa diversificar a pauta de exportações e que um dos principais focos deve ser a relação com os EUA.

O secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ivan Ramalho, afirmou nesta segunda-feira (27) que o Brasil precisa diversificar a sua pauta de exportações e "ser menos dependente do Mercosul". "A indústria ainda é muito dependente do Mercosul, por isso defendo um esforço de promoção para diversificarmos a pauta e sermos menos dependentes do Mercosul do que somos hoje", afirmou Ramalho, em uma palestra para empresários em São Paulo, na qual representa o ministro Armando Monteiro, que está de licença médica.

Segundo Ramalho, há países na América do sul fora do bloco em que o Brasil tem potencial para ampliar suas exportações. O secretário disse ainda que espera que avancem os acordos entre o Mercosul e a União Europeia. "Estamos aguardando a União Europeia concluir suas consultas internas para marcarmos uma reunião de troca de ofertas", afirmou. "Espero que isso possa acontecer ainda esse semestre."

Ramalho disse que a pasta está ciente da necessidade de ajustes pelo qual o país precisa passar, mas ressaltou que o momento de crise econômica pode ser de oportunidades para o setor exportador. "O setor exportador oferece alternativa importante para atenuar problemas da economia", afirmou.

Para Ramalho, um dos principais focos deve ser a relação com os Estados Unidos. "Há uma retomada da economia americana. Os EUA são um grande parceiro comercial do Brasil e esse ano temos possibilidade de retomar as exportações para os EUA", afirmou, citando a visita que a presidente Dilma Rousseff fará no meio do ano e a já visita realizada por Monteiro ao país como demonstrações de que o governo está empenhado nessa relação bilateral.

Ele destacou, sem firmar data, que o Plano Nacional de Apoio à Exportação é uma "prioridade absoluta do ministro Monteiro. Segundo Ramalho, com o cenário de "câmbio mais amigável", a expectativa é que "possamos já esse ano de 2015 voltar a exportar e voltar a registrar superávit na balança", disse.


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O Plano Nacional de apoios às exportações foi prometido inicialmente pelo ministro em fevereiro e agora a expectativa é que ele seja apresentando em maio. Segundo Ramalho, o ministério "está trabalhando intensamente" para entregar o plano em breve. "Faltam alguns ajustes de pontos específicos".

Ramalho afirmou que a maior parte dos pilares abordados no plano não depende do orçamento federal, ou seja, não devem ser impactos pelo ajuste fiscal do governo. "Existem alguns temas, como financiamento de exportação, que tem uma parte dentro do orçamento público federal, mas no plano estamos trabalhando em conjunto com o setor privado, isso inclui a Febraban, os bancos privados", afirmou, sem dar mais detalhes do papel que os bancos privados podem vir a assumir.

Sobre o câmbio, o secretário disse que o dólar próximo de R$ 3 deve ajudar a tirar do papel projetos que estimulem o retorno da competitividade brasileira. "Nós tivemos um período muito longo de sobrevalorização do câmbio. Com esse novo patamar o produto brasileiro voltar a ser competitivo", afirmou.