BNDES estende parcela financiável de bens de capital atendidos pelo PSI para 100%

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ampliou para 100% a parcela financiável dos bens de capital atendidos pelo Programa de Sustentação do Investimento (PSI). Antes, a parcela era de até 90%.

O benefício exclui apenas aeronaves, e se este estende a todos os portes de empresa. A informação foi publicada na circular número 35, no "Diário Oficial da União", de 19 de agosto.

O Valor apurou que, na prática, o aumento não deve gerar impacto relevante no orçamento do banco, pelo menos este ano. Segundo fontes, a demanda só deve chegar ao BNDES em novembro ou dezembro.

Os desembolsos via Finame - linha de financiamento de máquinas e equipamentos do banco, onde está incluído o PSI - devem ser de R$ 52 bilhões a R$ 53 bilhões este ano. O impacto da mudança recente pode chegar a R$ 1 bilhão no consolidado do ano. O PSI é operado de forma indireta, via agentes financeiros parceiros do BNDES.

Segundo uma fonte, a medida foi uma forma de acalmar a indústria enquanto não sai um programa específico para a modernização do setor de bens de capital. O governo federal estava negociando um programa para incentivar o sucateamento de máquinas e a troca por novas, com possível incentivo fiscal e financiamento do BNDES, nos moldes já existentes.

O programa estava sendo coordenado pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria, e Comércio Exterior, mas "emperrou". "Há dificuldade técnica de execução e pouco dinheiro", disse a fonte ouvida pelo Valor.

Apesar dos entraves, houve melhora no desempenho do Finame nos últimos meses. Em julho, as liberações atingiram R$ 5,1 bilhões. Esse volume deve se manter estável em agosto. A informação confirma o último posicionamento divulgado pelo banco sobre o tema.

Em julho, o chefe da área de operações indiretas do banco, Claudio Bernardo, disse ao Valor que a média de aprovações por mês no primeiro semestre foi de R$ 4 bilhões. Mas já tinha adiantado que a tendência era que os números melhorariam. "Há tendência de recuperação, não ao nível do ano passado, mas em comparação ao último trimestre tende a melhorar", afirmou Bernardo na época. A capacidade da área é de operar, em média, R$ 7 bilhões ao mês.