Fábrica no México poderá ajudar Kia a vender mais no Brasil

Grupo Gandini espera poder trazer mais carros sem pagar imposto de importação.

De olho na possibilidade de poder voltar a aumentar as vendas no mercado brasileiro, José Luiz Gandini, presidente da Kia Motors Brasil, recebeu com grande esperança a notícia de que a montadora coreana investirá US$ 1 bilhão para construir uma planta de produção no México. “Essa fábrica poderá nos ajudar muito aqui”, disse o executivo, que nos últimos dois anos viu os volumes da marca que representa caírem a menos da metade do que era vendido em 2011. 

Após a adoção da sobretaxação a veículos importados, a partir de 2012, com majoração de 30 ponto porcentuais sobre a alíquota de IPI, as vendas da Kia no Brasil entraram em queda livre. Foram 77 mil unidades em 2011 (antes da sobretaxa), contra 41 mil em 2012 e 29 mil em 2013. 

A esperança agora, segundo Gandini, é poder aproveitar o acordo de livre comércio de automóveis que o Brasil mantém com o México, que isenta os produtos do pagamento do imposto de importação de 35%. Contudo, diante do significativo amento das importações de veículos mexicanos, desde 2012 o governo brasileiro impôs um regime de cotas aos importadores. “Não sei ainda como a Kia poderia participar disso, mas se nada mudar as cotas terminam em 19 de março do ano que vem e o comércio entre os dois países voltaria ao normal”, lembra. 

Seja como for, a fábrica mexicana da Kia só começará a produzir a partir de 2016, com prioridade para abastecer o mercado norte-americano. “Não nos informaram quais carro serão feitos no México, mas li que são Cerato e o Sportage. São dois modelos que poderiam vir de lá com bom volume de vendas aqui”, sugere Gandini.

A regulamentação do Inovar-Auto, em 2012, que prevê uma cota máxima de 4,8 mil veículos importados por ano para cada importador, não ajudou a Kia no Brasil. “É muito pouco para nós que tínhamos 150 concessionárias e média de vendas de 51 mil unidades/ano. E para ter a cota precisávamos fazer a habilitação no Inovar-Auto, com obrigações que não podíamos cumprir”, acrescenta. Por isso, segundo Gandini, só depois de a Kia apresentar garantias o seu grupo se habilitou ao regime e passou a usar a cota de importação somente este ano.