Chery inaugura fábricas e anuncia futuro centro de P&D no Brasil

Até o fim de 2014, a empresa ainda deve contratar quase 300 funcionários para a fábrica de automóveis e de motores.

A Chery Brasil inaugurou nesta quinta-feira (28), sua primeira planta brasileira em Jacareí, há 85 km da capital paulista. Foram investidos R$ 900 milhões em uma fábrica de automóveis e outros R$ 300 milhões em uma planta voltada para a produção de motores da marca Acteco, também do grupo Chery. Até o fim de 2014, a empresa deve contar com 500 colaboradores para a fábrica de automóveis sendo que 300 já foram contratados. Já a Acteco tem 30 funcionários e deve chegar a 100 até o final do ano.

“Nós temos o compromisso de apoiar quem investe em São Paulo. Por isso, gostaria de agradecer a Investe SP, que em conjunto com os órgãos municipais e federais, ajudaram na instalação da fábrica da Chery” afirmou o governador Geraldo Alckmin, que participou do evento.
 
Desde 2009 a empresa recebe atendimento completo da Investe São Paulo, agência de promoção de investimentos do Governo do Estado ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. A Agência assessorou a Chery nas áreas ambiental, tributária e infraestrutura.
 
“Este é um dos nossos primeiros projetos. Foram cinco anos desde a primeira reunião até a inauguração. Estamos muito felizes e orgulhosos não só pela concretização do investimento, mas pelo que ele significa, que é a geração de emprego para mais de 3 mil famílias, aumento de renda da população local e fortalecimento da indústria, não só de Jacareí, mas do Vale do Paraíba”, destacou o presidente da Investe SP, Luciano Almeida.
 
Além de inaugurar as duas fábricas, os executivos da Chery anunciaram também a instalação de um centro de pesquisa e desenvolvimento da marca no Brasil, que receberá investimentos de R$ 50 milhões. A ideia é criar um veículo produzido especificamente para o mercado brasileiro.
 
“Aqui no Brasil também teremos o centro de pesquisa e desenvolvimento, o industrial e o de acessórios”, afirmou o vice-presidente do grupo Chery, Zhou Biren.
 
No momento, a empresa está buscando universidades e centros tecnológicos para fazer parcerias. Já estão negociados acordos com FGV, Faap, Univap, Unip e Anhanguera, além de parques tecnológicos de Jacareí e São José dos Campos. A localização desse novo investimento ainda não está definida.
 
Segundo Roger Peng, presidente da Chery Brasil, a fábrica de automóveis em Jacareí será sede da empresa na América Latina, pois o mercado brasileiro é prioridade da companhia. “O Brasil é o quarto mercado automotivo do mundo e o maior da América Latina. Há alguns anos estamos trabalhando para adaptar nossa produção ao mercado nacional e ao gosto dos brasileiros”, destacou Peng.
 
Construída em terreno de mais de um milhão de metros quadrados, a fábrica tem 400 mil metros quadrados e três unidades produtivas: montagem, soldagem e pintura, além do prédio administrativo e da edificação do restaurante. O complexo contempla também uma área de testes.
 
O maquinário está sendo importado da Alemanha, Espanha, Estados Unidos e China, com instalação de um processo de pintura totalmente robotizado. A estimativa é que 50 mil carros sejam produzidos no primeiro ano, mas a fábrica terá capacidade para produzir até 150 mil. A planta de motores vai, inicialmente, abastecer a produção da Chery sob medida, mas a empresa também tem a ambição de conquistar novos clientes.
 
“Os chineses só investem quando têm certeza do que vai acontecer. E esse investimento da Chery mostra a confiança do empresário chinês no futuro do Brasil”, destacou o vice-presidente do Brasil, Michel Temer. Juntamente com ele participaram também do evento o prefeito de Jacareí, Hamilton Mota; o embaixador da China no Brasil, Li Zinzhang; além de deputados estaduais, federais, secretários e autoridades locais.
 
As pré-séries dos modelos hatch e sedan do Celer começam a ser produzidos em setembro, mas a produção total para o abastecimento das concessionárias inicia-se em dezembro. A meta é chegar ao fim de 2014 com 100 revendas no País.
 
O modelo QQ será produzido a partir do segundo trimestre de 2015, passando por uma modificação de layout e recebendo motor flex de três cilindros. No ano seguinte, começa a produção de um utilitário esportivo, juntamente com a exportação de modelos feitos em Jacareí. Assim, os três modelos nacionalizados, SUV, QQ E Celer vão abastecer concessionárias de Argentina, Uruguai, Colômbia, Equador, Venezuela e Peru.
 
A produção do Celer já começara com índice de nacionalização de 50%, por meio de produtos de fornecedores como Metagal, Pirelli, Moura, Bosch, HVCC, Tyco, Johnson Controls, Goodyear, Basf, Petronas, entre outros. A localização da fábrica de motores contou com o apoio da Investe São Paulo, já a decisão do local para a planta de motores o requisito é que estivesse há no máximo 100 km de distância da Chery em Jacareí.
 
“Temos a honra de afirmar que somos a primeira indústria automotiva chinesa a se instalar no Brasil”, comemorou o vice-presidente da Chery Brasil, Luis Cury.
 
Esse índice de nacionalização será aumentado gradualmente nos próximos dois anos, quando a Acteco passará a fabricar também transmissões e o valor poderá chegar a 70%.
 
Foram comercializados 8 mil veículos da Cherry em 2013. Com a nova fábrica, a expectativa é que as vendas cheguem a 15 mil. Já o market share da empresa, atualmente de 0,25%, está estimado para atingir 3% em 2018, quando a planta de Jacareí estiver operando em sua capacidade máxima.
 
Quanto ao faturamento, estima-se que a fábrica de automóveis chegue a R$ 5 bilhões ainda este ano, enquanto a Acteco deve gerar R$ 200 milhões.