Indústria paulista freia investimento

Pesquisa da Fiesp aponta diminuição de recursos para máquinas e equipamentos.

Em meio ao cenário de crescimento mais lento da economia neste ano, com demanda fraca e alta de custos, as indústrias paulistas vão aportar 4,7% menos de recursos em máquinas, equipamentos, instalações e também em gestão, pequisa e desenvolvimento em 2014, na comparação com 2013. É o que aponta pesquisa da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) divulgada nesta segunda-feira (26).

Se forem computados apenas maquinário e instalações, a retração é maior, chega a 7,2%. Neste caso, projeções apontam para R$ 110,7 bilhões, ante R$ 119,3 bilhões aplicados em 2013.

A pesquisa revela ainda que a taxa de investimento da economia em relação ao PIB (Produto Interno Bruto, ou seja, a soma das riquezas produzidas no País) também cairá, neste ano, chegando a 17,9%. Em 2013, correspondia a 18,4%. O percentual está muito abaixo do previsto pelo governo federal no Plano Brasil Maior para o ano de 2014, que seria equivalente a 22,4%.

Os números mostram que a situação é de sinal amarelo, porque as perspectivas de crescimento econômico são quase nulas, avalia o diretor do Decomtec (Departamento de Competitividade e Tecnologia) da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho. “O mercado está ruim, e as indústrias, que estavam indo bem, começaram a acumular estoques”, diz o vice-diretor da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Caetano, William Pesinato.

Roriz acrescenta que a falta de aportes reflete a alta do custo de produção e a falta de condições para competir no mercado externo. Um efeito do menor investimento é a redução da oferta de emprego na indústria, que cortou 4.103 postos de trabalho com carteira assinada no Grande ABC no primeiro quadrimestre deste ano, em grande parte na área automotiva. Só a Mercedes-Benz, por exemplo, informou no início do ano que tinha excedente de 2.000 trabalhadores e recentemente abriu PDV (Plano de Demissão Voluntária) que teve adesão de, pelo menos, conforme último balanço da montadora, 700 pessoas.