No dia do engenheiro e arquiteto setor comemora mercado e sinaliza demandas

Pesquisas de mercado revelam que o ramo é o mais promissor, mas a categoria enfrenta evasão escolar e necessidade de inclusão tecnológica.

Apesar das pesquisas de mercado sinalizarem um categoria promissora, entidades do setor cobram políticas de incentivo profissional ainda no setor acadêmico. De acordo com levantamento feito pela consultoria de mercado Adzuna, revelam a carreira para engenheiros e arquitetos reservam um mercado promissor no que diz respeito a oportunidades, pois as vagas vêem crescendo no país. Para a consultoria global de gestão de negócios Hay Group, os engenheiros de construção pesada são os mais bem pagos do mercado brasileiro, com salários em média de R$ 11 mil. A pesquisa considerou a remuneração de engenheiros sênior de 12 empresas do setor.
 
De acordo com dados do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), o país tem 663,5 mil engenheiros, 10,6 mil deles são registrados no Distrito Federal. O piso salarial nacional é de R$ 4.068, mas em quase todas as áreas a remuneração média passa de R$ 5 mil. Na engenharia civil, que tem o maior número de graduados, a média é de R$ 5,8 mil, de acordo com dados do último Censo Demográfico.
 
Mas durante debates promovidos pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA-PR) no 20º Fórum de Docentes, os acadêmicos ressaltaram que reter alunos de engenharia é mais difícil do que captar. O evento coordenadores de cursos de graduação, técnicos, tecnólogos e dirigentes de instituições de ensino que ofertam cursos voltado às áreas das Engenharias, Agronomia e Geociências. Segundo os dados apresentados pelo professor doutor Universidade de São Paulo (USP), Fernando Micali, dos 227 mil estudantes de engenharia matriculados apenas 45 mil finalizaram a graduação em 2011, desses, 62,32% eram de instituições públicas e 43,41%, particulares. 
 
Micali é especialista em engenharia civil e compilou dados em sua tese do professor pela Escola Politécnica da USP. “A prova é que, segundo o MEC, pelo menos meio milhão de estudantes prestam vestibular todo o ano para os cursos de engenharia. Se há demanda, onde está o problema: no aluno ou na escola?”, questiona. Em sua análise ele revela: “A geração atual tem o seguinte perfil: não utiliza manual, prefere a tentativa e erro; tem dificuldade em planejar, prefere o improviso; é multiprocessada e totalmente familiarizada com a tecnologia; tem necessidade de ter voz ativa e repudia o autoritarismo. Quem não perceber isso, não obtém o diálogo. Então, o grande desafio, hoje, é estabelecer uma comunicação para essas inteligências múltiplas”.
 
Segundo divulgou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), existe um projeto sendo estudado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que planeja uma forma de acompanhamento dos estudantes concluintes de engenharias. A intenção é, em parceria com as instituições, fazer um acompanhamento dos estudantes egressos e verificar de que forma estão atuando no mercado ou no ambiente acadêmico. A proposta ainda está em discussão.
 
Mesmo assim, o levantamento feito pelo Ipea e divulgado no início de novembro desse ano, apesar de a quantidade de profissionais ainda estar abaixo que de outras profissões, o número de engenheiros exercendo a atividade tem crescido desde os anos 2000 e a tendência é aumentar ainda mais no curto e médio prazo com a graduação de novos profissionais. 
 
O estudo feito pelos pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) Mario Sergio Salerno, Leonardo Melo Lins, Bruno Cesar Pino Oliveira de Araujo, Leonardo Augusto Vasconcelos Gomes, Demétrio Toledo e Paulo Meyer Nascimento, revelam que as vagas para engenheiros cresceram 85% em uma década, chegando a aproximadamente 230 mil profissionais. Os engenheiros apresentam, no entanto, um percentual de ocupações típicas inferior ao outras profissões. O estudo cita a carreira médica, cujo percentual chega a 80%. Além de fazer a ressalva de que no longo prazo, caso haja um enfraquecimento da economia é possível que haja também a fuga desses profissionais para outros ramos e a carência pode vir a ser um problema.
 
Por Diane Lourenço/ Correioweb/ Com agências
 

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