Vendas de máquinas devem crescer menos em 2014

Após expansão em 2013, vendas de máquinas agrícolas em 2014 deverão ser menos expressivas.

Após a forte expansão das vendas de máquinas agrícolas em 2013, o crescimento no próximo ano não deverá ser tão expressivo, disse ontem (26) o presidente da John Deere no Brasil Paulo Herrmann. De acordo com o executivo, em 2014 os preços das commodities não devem atingir patamares tão altos como neste ano, ainda que fiquem acima das médias históricas.
 
Assim, as vendas de equipamentos agrícolas no mercado doméstico não devem dar um "salto" como em 2013, afirmou ele, durante visita à unidade da companhia em Montenegro. A empresa participa da Expointer, em Esteio (RS).
 
De janeiro a julho deste ano, conforme a Anfavea, as vendas totais de tratores no mercado doméstico cresceram 25,6% em comparação com igual período do ano passado, para 38,6 mil unidades. Em colheitadeiras, a alta foi de 65,8% na mesma base de comparação, para 4,442 mil unidades.
 
Segundo Herrmann, a fábrica de tratores da John Deere em Montenegro produz 14 mil unidades por ano, mas tem espaço para ampliar a produção em cerca de 30% com a introdução do terceiro turno. Porém, não há planos neste momento de adotar a medida. Entre janeiro e julho, a empresa vendeu 8,3 mil tratores no mercado interno, alta de 28,2% sobre igual período de 2012. O executivo não fez previsões para o desempenho das vendas no ano.
 
Em Esteio, o vice-presidente sênior e gerente-geral para a América do Sul da AGCO, André Carioba, disse que neste ano o mercado brasileiro de máquinas agrícolas deve fechar com desempenho recorde de 67 mil tratores e 8,5 mil colheitadeiras. Em 2012, os volumes haviam sido de 55,8 mil tratores e 6,3 mil colheitadeiras, segundo a Anfavea.
 
De janeiro a julho deste ano, as vendas das marcas da AGCO (Valtra e Massey Ferguson) cresceram 16,3% em tratores, para 17.764 unidades. Na linha de colheitadeiras, o aumento foi de 19%, saindo de 545 para 649 unidades. Considerando o desempenho das vendas de janeiro a julho, a participação da empresa no mercado de colheitadeiras foi de 14,6%. Mas Carioba afirmou que a meta é alcançar participação de 20% em 2014 a partir da ampliação da unidade de Santa Rosa.
 
O executivo informou ainda que a fábrica de tratores e motores que a multinacional está construindo na Argentina será inaugurada oficialmente no dia 1º de outubro. Quando a unidade foi anunciada, o investimento previsto chegava a US$ 5 milhões, mas esse valor poderá sofrer alterações.
 
Na unidade serão produzidos tratores das marcas AGCO Allis, Massey Ferguson e Valtra. A marca AGCO Allis será produzida por apenas um ano e meio. A capacidade inicial da fábrica será de 3,5 mil tratores e 2 mil motores por ano. Os produtos serão exportados para países como Chile, Uruguai e Paraguai, entre outros.
 
De acordo com André Carioba, a unidade argentina também será uma base exportadora até por exigência do governo do país, que busca um maior equilíbrio na balança comercial.
 
O executivo afirmou, ainda, que a AGCO estuda a ampliação da fábrica de silos de sua controlada GSI em Marau (RS). Se os recursos anunciados pelo governo federal para armazenagem de fato saírem do papel, a empresa estima que será preciso ampliar a unidade para atender à demanda.
 
Por Sérgio Ruck Bueno/ Valor Econômico