Após alta da Selic, Firjan e Fiesp cobram mais rigor fiscal do governo

Após alta da Selic, Firjan e Fiesp cobram mais rigor fiscal do governo

O sistema Firjan, que congrega as federações de indústrias do Estado do Rio de Janeiro, aproveitou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), de elevar a taxa básica de juros, Selic, em 0,5 ponto percentual para 8,5% ao ano, para cobrar mais rigor na condução da política fiscal pelo governo. 
 
A elevação dos juros, considerada previsível pela entidade, em nota divulgada na noite desta quarta-feira (10), veio no momento em que se observa deterioração das projeções para o PIB e “reforça a importância da adoção de uma política fiscal norteada pela redução dos gastos correntes e que efetivamente reduza a pressão exercida pelo consumo do governo sobre a inflação”.
 
Para a Firjan, tal política “deve ser pautada por mudanças institucionais que sinalizem maior responsabilidade fiscal, incluindo o comprometimento com um superávit primário maior para os próximos anos, livre de artifícios contábeis”. 
 
Também chamando a atenção para a deterioração das expectativas de crescimento, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) destacou que com o aumento da Selic anunciado hoje, as previsões para o PIB este ano devem ficar abaixo de 2%. 
 
CNI
 
A Confederação Nacional da Indústria defendeu uma melhor coordenação entre as políticas monetária e fiscal, após o anúncio de elevação da Selic, em nota divulgada hoje.
 
A instituição destacou que a inflação — agravada com a alta do dólar — justifica a ação do Comitê de Política Monetária (Copom) em aumentar a taxa para 8,50% ao ano. Lembrou, no entanto, que a via monetária freia ainda mais a economia.  
 
“Posto que a política fiscal não é efetiva para o controle inflacionário – os gastos do governo continuam se expandindo –, acentua-se a necessidade de atuação pela via da política monetária. Contudo, não se pode negligenciar os efeitos negativos da elevação dos juros sobre a recuperação econômica”, apontou a CNI. 
 
Para a CNI é necessária uma revisão da combinação de políticas e uma readequação do ritmo de expansão dos gastos públicos às necessidades da estabilização.

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