Déficit da balança no 1º semestre é o maior em 18 anos

Até junho, importações superaram exportações em 3 bilhões de dólares.

A balança comercial brasileira registrou superávit de 2,394 bilhões de dólares em junho, acumulando no primeiro semestre saldo negativo de 3 bilhões de dólares, o pior para este período desde 1995, quando o número havia ficado negativo em 4,227 bilhões de dólares. O resultado foi divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) nesta segunda-feira. Em maio, a balança comercial havia registrado superávit de 758 milhões de dólares.
 
Apesar do déficit acumulado, o resultado mensal veio acima do esperado pela mediana dos especialistas, com projeção de superávit de 2 bilhões de dólares para o mês passado.
 
No primeiro semestre, as exportações somaram 114,5 bilhões de dólares, com média diária de 931 milhões de dólares e queda de 4,8% frente a igual período do ano passado, ao mesmo tempo em que as importações totalizaram 117,5 bilhões de dólares – com média de 955 milhões de dólares por dia útil e alta de 1% sobre igual período de 2012.
 
Em junho, o superávit foi resultado de exportações de 21,22 bilhões de dólares e importações de 18,83 bilhões de dólares - este último mostra um aumento de 1,5% frente a igual mês do ano passado devido a maiores compras no exterior de bens de capital, matérias-primas e bens de consumo. Já as aquisições de combustível ficaram 39%.
 
Segundo o Mdic, o resultado positivo do mês representa um crescimento de 199,3% em relação a junho de 2012 - quando apresentou saldo de 800 milhões de dólares.
 
No primeiro semestre, o destaque ficou para a conta petróleo, com déficit de 12 bilhões de dólares, um dos principais fatores que ocasionaram o saldo negativo da balança no período.
 
Desaceleração
 
Mesmo com a melhora do desempenho nos últimos dois meses, a balança comercial brasileira deve apresentar em 2013 um dos piores resultados dos últimos anos, influenciado pelo comércio internacional enfraquecido, que reduz as exportações do país, e pelo impacto negativo do registro neste ano de importações de gasolina feitas pela Petrobras em 2012.
 
O efeito desses fatores levou o Banco Central a reduzir para 7 bilhões de dólares a previsão de superávit da balança comercial para 2013, menos da metade da projeção anterior de saldo positivo de 15 bilhões de dólares.
 
O desempenho fraco da balança comercial impacta diretamente o balanço de pagamentos do país, aprofundando o déficit das transações correntes que, em maio, ficou em 6,420 bilhões de dólares. Não por menos, o BC elevou a 75 bilhões de dólares a projeção para o déficit em conta corrente deste ano, ante previsão anterior de 67 bilhões de dólares. (Com Reuters)

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