Omron inaugura fábrica de R$ 21 milhões, no Brasil

Única planta brasileira do grupo consumiu R$ 21 milhões e produzirá 13,7 milhões de peças por ano

O grupo japonês Omron, que produz no Brasil componentes eletrônicos automotivos desde 2006, como interruptores e controladores de ar-condicionado, inaugurará no próximo dia 24 de maio uma fábrica na cidade de Vinhedo, no interior de São Paulo. Construída com um investimento de R$ 21 milhões, a planta é a única da Omron no País e substituirá a unidade de Itapevi, também em São Paulo, que, apesar de maior, foi desativada em março por não ser de propriedade do grupo e por não ter a infraestrutura necessária para novos planos. 

Em reunião com jornalistas na quarta-feira (15), Carlos Storniolo, diretor geral da Omron Componentes Automotivos do Brasil, contou que a nova planta - localizada em um terreno de 14 mil metros quadrados, metade de área construída -, empregará cerca de 130 funcionários a mais. Mas a princípio a sua capacidade produtiva será a mesma da antiga, de 13,7 milhões de componentes eletrônicos por ano. O objetivo do grupo é começar a produzir ainda em 2013 módulos eletrônicos, como já faz na Ásia, Europa e América do Norte. 
 
“Atualmente, 41% do que fazemos no País são painéis de comando de ar-condicionado, 34% são interruptores de vidro elétricos e 19%, interruptores diversos de painel. Os outros 6% correspondem a controles de rádio e interruptores de travas de portas. Faturamos com esses produtos no ano fiscal passado (de abril de 2012 a março de 2013, de acordo com o calendário japonês) R$ 72 milhões. A nossa meta, com a fabricação de módulos eletrônicos, é dobrar a produção até 2020, chegando a um faturamento de R$ 200 milhões nos próximos sete anos”, revelou Storniolo. 
 
O aumento da produção, segundo o executivo, não foi planejado para atender os novos negócios que podem ser gerados com o Inovar-Auto, o novo regime automotivo que incentiva o aumento da aquisição de peças locais. “Idealizamos a nova unidade muito antes do Inovar-Auto. Mas ele poderá ser muito bom. Pode nos ajudar a conseguir novos clientes instalados no País.” 
 
No Brasil, já são clientes diretos da Omron as quatro maiores montadoras de veículos leves. A Fiat responde por 28% de suas vendas; a Volkswagen, por 22%; a GM, por 6%; e a Ford, por 2%. As fabricantes de autopeças Valeo, Denso e Behr compram componentes Omron e fornecem para outras montadoras, como Renault e Nissan. 
 
Com a instalação em Vinhedo, a empresa aposta em contratos com Hyundai e Honda, que já são as suas principais clientes na Ásia. Storniolo avalia: “Temos grandes chances de fornecer para estas empresas por causa da proximidade de nossas plantas.” 
 
As vendas para o mercado de aftermarket representam apenas 3% dos negócios da Omron hoje em dia. Mas o executivo comenta: “Estamos desenvolvendo kits de interruptores de vidros que serão oferecidos em concessionárias autorizadas, o que deve ajudara a aumentar a nossa participação no mercado de reposição.” 
 
Novos negócios também poderão ser fechados com fabricantes de veículos pesados, pois os interruptores podem ser adaptados para atendê-los. Storniolo conta que seu pessoal de vendas tem conversado com uma empresa de Caxias do Sul. 
 
Peças importadas
 
O diretor Storniolo revelou durante sua apresentação que apenas os plásticos dos componentes eletrônicos, que representam 60% de seu custo, são feitos no Brasil. “Importamos todo o resto por dois motivos: não temos produto local e, mesmo se tivéssemos, os da Ásia são muito mais baratos. Diante do novo regime automotivo, a nacionalização de componentes ainda é questionável. O custo de se comprar na Ásia ainda pesa mais”, apontou. 
 
A fábrica de vinhedo é responsável por injetar 20% dos plásticos adquiridos (os 80% restantes são comprados prontos), montar o componente eletrônico, agregando placas metálicas importadas e algumas peças em silicone, e validá-lo. A planta conta com o suporte de 14 engenheiros, que acompanham esse processo e ainda comandam projetos globais de desenvolvimento de controladores de ar-condicionado.
 
Por Camila Franco/ Automotive Business