GM reduz prejuízo na Europa e lucro na América do Sul

GM reduz prejuízo na Europa e lucro na América do Sul

 

A General Motors, maior montadora dos Estados Unidos em receita, comemorou seu "progresso" na redução do prejuízo no primeiro trimestre na Europa, mas ressaltou que as dificuldades no mercado automotivo da região ainda não chegaram a seu pior ponto. O prejuízo ajustado do primeiro trimestre antes de juros e impostos na Europa (excluindo itens extraordinários) encolheu de US$ 300 milhões, no primeiro trimestre de 2012, para US$ 200 milhões, com a receita recuando 9,4%, para US$ 4,8 bilhões.
 
Na América do Sul, a General Motors teve equilíbrio entre receitas e despesas - em comparação ao lucro de US$ 200 milhões antes de juros e impostos no primeiro trimestre de 2012 -, afetada por problemas na Venezuela, que anularam a melhora de desempenho no Brasil. A empresa contabilizou encargos extraordinários de US$ 200 milhões com a desvalorização de 32% do bolívar venezuelano em fevereiro.
 
O declínio acentuado nas vendas de carros na Europa, que deixou muitas das fábricas de veículos do continente com capacidade ociosa, vem sendo motivo de grande preocupação para as montadoras internacionais, que em sua maioria vem perdendo muito dinheiro na região.
 
O diretor de finanças da General Motors, Dan Ammann, disse que há aspectos das condições do mercado europeu que a empresa pode controlar e que a montadora se sente "bastante bem". Entre as iniciativas da empresa na Europa - onde opera em grande parte sob as marcas Opel e Vauxhall - estiveram os lançamentos de dois novos carros pequenos: o Opel Adam e o Mokka.
 
"Há aspectos que não controlamos, como o cenário macroeconômico europeu. Precisamos ver o que acontece quanto a isso", ressaltou Ammann.
 
É "muito cedo" para dizer que o mercado de carros europeu atingiu "o ponto mais baixo", segundo o diretor de finanças. "Quando você tem desemprego superior a 20% em vários países importantes, acho que é cedo demais para dizer que se chegou ao ponto mais baixo lá."
 
O lucro líquido total da montadora caiu 10%, para US$ 900 milhões, com queda de 2,4% na receita para US$ 36,9 bilhões, sendo que o lucro ajustado antes de juros e impostos no mercado da América do Norte recuou 12,5%, para US$ 1,4 bilhão.
 
O lucro líquido total por ação, excluindo itens extraordinários, foi de US$ 0,67, em alta em comparação à previsão do mercado, de US$ 0,54. Em consequência, as ações da GM chegaram a ser negociadas em alta 4,21% em Nova York, mas fecharam o dia com valorização de 3,25%, a US$ 31,16.
 
O analista Joe Spak, especializado em setor automotivo na RBC Capital Markets, disse que os resultados superaram as expectativas, graças a números melhores que os esperados na América do Norte.
 
Além dos novos produtos na Europa, a General Motors investe pesadamente em novos veículos para o mercado americano, como por exemplo o Chevrolet Silverado, no importante segmento de picapes. A montadora procura aproveitar a recuperação da demanda nos Estados Unidos, onde as vendas de carros cresceram 13% em 2012.
 
Por Robert Wright/ Financial Times, de Nova York

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