GM não descarta uma nova fábrica no País

Se o mercado brasileiro de carros seguir com taxa de crescimento de 5%, a General Motors pode abrir nova fábrica em três anos

 

O presidente da General Motors América do Sul e do Brasil, Jaime Ardila, diz que, se o mercado brasileiro de veículos continuar crescendo a índices de 5% ao ano, é possível que, em três anos, o grupo precise ampliar a capacidade produtiva atual e uma das alternativas será uma nova fábrica.
 
O grupo estuda um plano de investimentos para os próximos cinco anos, mas só deve anunciá-lo no segundo trimestre. O programa anterior consumiu R$ 5 bilhões.
 
Segundo Ardila, com o acordo fechado em janeiro com o sindicato de São José dos Campos, estabelecendo alguma flexibilidade nas relações de trabalho, a empresa voltará a estudar a possibilidade de novos projetos para a fábrica. Contudo, se um novo produto for aprovado hoje, o prazo para início de produção pode chegar a quatro anos.
 
Em São Caetano, as negociações para adaptar a produção à situação do mercado começaram em 2004. "Sempre houve diálogo entre as partes e conseguimos acordos que hoje nos permitem receber novos produtos", diz o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Francisco Nunes.
 
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, tenta convencer a direção da GM a produzir na unidade modelos hoje importados, como o Sonic, feito na Coreia do Sul, e o Traxx, cotado para ser trazido do México. "As fábricas desses países têm excesso de produção, há greves para redução de jornada, enquanto aqui temos ociosidade."
 
Segundo a GM, não há escala suficiente para a produção local desses modelos. De acordo com Macapá, mobilizações para evitar dispensas de trabalhadores serão mantidas. "Vamos realizar passeatas e nova caravana à Brasília, pois queremos que a presidente Dilma Rousseff crie medida proibindo empresas que receberam incentivos fiscais de demitir."
 
Além da esvaziada linha de automóveis, o complexo de São José abriga fábrica de motores (que receberá investimentos de R$ 500 milhões), a de comerciais (produz S10 e Trailblazer), a de CKDs (kits para exportação) e outras unidades de componentes. Ao todo, emprega cerca de 7 mil pessoas.