Nos processos de usinagem, a lubrificação nas interfaces peça-ferramenta-cavaco é difícil e complexa, especialmente devido às altas pressões de contato. Outro agravante é a dificuldade de levar o lubrificante até a posição desejada.

A forma como o fluido penetra na região de contato cavaco-ferramenta é uma questão ainda em discussão entre pesquisadores.

A eficiência do lubrificante vai depender das características e da sua habilidade em penetrar na região de corte, formando um filme com resistência ao cisalhamento menor que a resistência do material na interface.

Tanto a superfície do cavaco quanto a da ferramenta não são perfeitamente lisas. Em nível microsópico, estas superfícies são rugosas, ou seja, apresentam minúsculas saliências: asperezas em forma de picos e vales da ordem de micrômetros. Enquanto o cavaco "desliza" sobre a superfície da ferramenta, os picos mais salientes atritam-se, desgastando a ferramenta, gerando calor e uma força de atrito. Com a progressão do desgaste, pequenas partículas soldam-se ao gume da ferramenta, formando o gume postiço.

Para reduzir esse atrito, o fluido de corte penetra na interface rugosa por capilaridade.(Runge, P. 1990) Como consequência, reduz-se uma parcela da geração de calor. Também reduzem-se o consumo de energia, a força necessária ao corte e praticamente elimina-se o gume postiço.

Veja nas fotos abaixo a aplicação de lubrificantes no brochamento e na retificação:

Fluido de corte no brochamento interno

fluido de corte na retificação