por Carlos Alberto Fadul    |   01/07/2022

O impacto positivo da metodologia BIM na produtividade de uma obra

Diminuir os custos da produção, evitar desperdícios e integrar equipes multidisciplinares são alguns dos desafios enfrentados no setor da construção civil, um dos mais importantes para a economia brasileira. Para auxiliar na resolução desses problemas e potencializar os resultados, o mercado já desenvolve diversas soluções que impulsionam o segmento, como a metodologia BIM (Building Information Modeling, que na tradução significa Modelagem da Informação da Construção).  

O conceito BIM vem para transformar a construção civil, de modo a dar uma visão completa sobre uma obra, desde o planejamento até a sua execução, em um modelo 3D fiel ao resultado final. Um dos grandes diferenciais é a possibilidade de integrar os diversos profissionais envolvidos em um projeto, como engenheiros, arquitetos e construtoras, que poderão incluir informações sobre suas especialidades, deixando o projeto rico em detalhes. Isso é fundamental para uma tomada de decisão mais assertiva, em caso de problemas durante a execução da obra.

No projeto de execução em modelagem BIM, além de dados sobre a parte hidráulica, posicionamento e espessura das paredes, por exemplo, é possível agregar informações sobre tipos de materiais, fabricantes, custos envolvidos, características dos produtos e muito mais. O grande diferencial é que os softwares do setor estão mudando e atuando de acordo com as especificações BIM, possibilitando que ferramentas diferentes se conectem em um mesmo projeto. A interoperabilidade em tempo real garante a redução de custos e o alinhamento entre os envolvidos. 

Além dessas vantagens, o BIM possibilita outros ganhos para a construção civil. Um deles é a integração de dados e cálculos, possibilitando um desenho inteligente. Outro benefício se dá no aumento da produtividade, uma vez que a produção fica mais facilitada com um planejamento detalhado. Também é possível tornar o projeto sustentável com a inclusão de  uma análise de eficiência energética, por exemplo.


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Entretanto, apesar das vantagens apontadas, o Brasil ainda tem uma baixa adesão à modelagem - apenas 9,2% das empresas adotaram a tecnologia, o que representa 5% do PIB do setor da construção civil. Na tentativa de aumentar essa porcentagem, o governo federal, por meio do Decreto nº 10.036, de abril de 2020, estabeleceu a utilização do BIM na execução direta ou indireta de obras e serviços de engenharia, como uma forma de aumentar os investimentos e a difusão da metodologia. Esse entendimento vem alinhado à Estratégia BIM BR, cujo objetivo é aumentar para 50% o PIB de empresas do setor utilizando a modelagem, além de reduzir os custos em 9,7% até 2024 e elevar o PIB da construção civil para 28,9% até 2028. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB da construção civil cresceu 9,7% em 2021.

Ao adotar o BIM, a construção civil terá ganhos significativos, pois se o planejamento estiver bem feito, as chances da obra ser executada com sucesso aumentam, uma vez que todos os processos foram pensados e detalhados com antecedência. Desta forma, a competitividade do setor cresce e, com ela, a economia brasileira, visto que a construção contribui significativamente para a geração de emprego, de renda e desenvolvimento social no país.

O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.

Carlos Alberto Fadul

Diretor Executivo de Manufatura Avançada da Fundação CERTI.