por Claudiney Fullmann    |   26/11/2015

Doses de Produtividade - XXIII

Publicação semanal para desenvolvimento das empresas e do País.

Não é novidade que a indústria tem sido a ponta mais dramática da retração da economia. Os dados da produção no setor têm batido recordes negativos e agora chegaram de forma mais contundente aos salários do chão de fábrica. A Pesquisa Industrial Mensal ­ Emprego e Salários (Pimes), divulgada pelo IBGE, mostra que, pela primeira vez em 11 anos, o salário médio real pago ao trabalhador está menor no acumulado em 12 meses.

Atualmente está difícil ministrar doses de produtividade nas empresas em razão da contaminação dos atos do governo. Nas empresas e sociedade as gorduras já foram eliminadas na busca da sobrevivência; entretanto, providências urgentes devem ser tomadas para estancar a hemorragia causada pela desordem político-econômica instalada no país. O governo tem de cortar profundamente seus gastos para que o país volte a crescer e ser produtivo.

Em recente curso de Estratégias Empresariais que conduzi para turmas de MBA em Porto Alegre (RS), ao apresentar e debater a matriz SWOT (Strength-Weakness-Opportunity-Threat ou forças-fraquezas-oportunidades-ameaças), percebi que um quadro mais amplo deveria ser analisado e propus que exercitássemos em grupos a elaboração de uma matriz para o Brasil focando a “Realidade Brasileira no 4º Trimestre de 2015 e ano 2016”. 

Os participantes foram brilhantes em suas análises individuais e na obtenção de consenso dos grupos (um grupo para cada avaliação). Lembrando que forças e fraquezas são de âmbito interno e oportunidades e ameaças de âmbito externo. Embora não dispusessem de muito tempo durante as aulas, sem preparação prévia, apenas exteriorizando seus pensamentos em face da realidade, foram objetivos em priorizar avaliações e, posteriormente propostas de ações para aprimorar ou compensar SWOT para a realidade brasileira, para cada item elaborado. O Plano de Ação sumário buscou respostas para "O Que? Onde? Quem? Como? Quando? e Por quê?"


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Em cada semana das publicações de Doses de Produtividade reproduzirei sinteticamente o que cada grupo produziu. Não apenas um reconhecimento pela dedicação séria de todos que, mesmo sem serem especialistas em cada assunto, mostraram uma visão progressista. Que seja também um estímulo para que outros jovens e cidadãos do bem pensem, discutam, proponham e ajam junto ao congresso para efetiva mudança dos rumos de nosso País.

Um dos grupos FORÇAS considerou COMMODITIES – minérios e agronegócios em destaque devido a abençoada natureza que possuímos.

Um exemplo de Plano de Ação para “Melhorar Forças” foi para AGRONEGÓCIO:

Para agregar valor aos produtos pela industrialização elevando a renda nacional, buscar ampliar a conversão de commodities em produtos industrializados, prontos para consumo, em todas as regiões que ofereçam infraestrutura, matéria-prima e capacidade de produção. Seria uma ação da iniciativa privada para desenvolvimento de tecnologias e pesquisas, através de incentivos fiscais e financeiros do poder público. Sabe-se que estas medidas são de médio prazo (~ 5 anos) mas devem começar imediatamente.

O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.

Claudiney Fullmann

Perfil do autor

Foi professor da FEI, MAUÁ, PDG e , FGV, FACCAMP, FCU (Florida Christian University) e atualmente HSM e ISM (International Scholl of Management) e como último posto de executivo empresarial - Vice-Presidente e Gerente Geral da General Electric, divisão de Equipamentos Pesados. Consultor em Estratégias Empresariais, mentor de executivos e palestrante e membro de conselhos de administração, Prof. Fullmann é engenheiro industrial formado pela FEI, pós-graduado no BTE de Paris, especializado na Europa, nos Estados Unidos e no Japão em Qualidade, Produtividade e Desenvolvimento de Executivos, Ph.D. em Business Administration pela Florida Christian University.