Confiança da indústria volta a cair e atinge o menor nível dos últimos nove anos

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 3,4%, em abril.

Os empresários da indústria de transformação no país estão mais pessimistas em relação aos rumos da economia no curto prazo, mas houve uma melhora em relação ao momento atual. O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 3,4%, em abril, ao passar de 75,4 para 72,8 pontos, puxado pelas projeções do setor quanto ao desempenho nos próximos três meses.

Esse foi o nível mais baixo da série mensal da pesquisa Sondagem da Indústria de Transformação, iniciada em outubro de 2005. No entanto, no trimestre encerrado em março, a velocidade de queda foi mais intensa (-9,2%). O levantamento do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV) reúne informações coletadas com executivos de 1.130 empresas, no período de 1º a 27 de abril. De um total de 14 segmentos consultados, dez indicaram perda de confiança na economia.

Os dois componentes do índice apresentaram situações distintas entre o momento atual e as projeções para os três meses seguintes. O Índice de Expectativas (IE) recuou 7,8%, atingindo 69,6 pontos, enquanto o Índice da Situação Atual (ISA) subiu 1,1%, alcançando 76,1 pontos.

A tendência apontada pelo setor mostra queda de 13,6% na produção nos próximos três meses. Em março, 26,9% dos entrevistados indicaram a possibilidade de aumento, taxa que foi reduzida para apenas 13,4%. Ao mesmo tempo, cresceu de 21,9% para 22,7% o universo dos que preveem queda na produção.

Já em relação ao momento atual, subiu de 4,7% para 8,1% o total de consultados que avaliam como boa a situação atual para os negócios. Simultaneamente, caiu a parcela dos que classificam a situação atual de ruim, passando de 39,9% para 38,1%.

O superintendente adjunto para Ciclos Econômicos do Ibre, Aloisio Campelo Jr., disse que, “diante do nível extremamente fraco da demanda interna e de nova rodada de aumento de estoques, o setor ainda não vê perspectivas de melhora nos três meses seguintes e continua projetando ajustes no nível de produção e no quadro de pessoal”.