Gol negocia a compra de novo jato da Embraer

A Gol, líder brasileira em passageiros embarcados, está discutindo há sete meses a encomenda de unidades da nova geração de jatos da Embraer, a família E-Jets E2, que, segundo apurou o Valor, começa a ser entregue em 2018. A negociação já passou pela etapa de definição das especificações técnicas e entrou na reta final: a definição de preços e condições de pagamento, assistência técnica e treinamento de pilotos e mecânicos.

"Estes jatos seriam utilizados em rotas que justifiquem o uso de aeronaves com 130 a 140 assentos", confirmou a Gol, sem informar quantos aviões pretende adquirir. Isso indica que a companhia pensa em usar os jatos da Embraer em voos regionais, tirando proveito da expansão dos aeroportos privatizados e da construção e ampliação dos regionais.

De acordo com o cronograma usual da aviação comercial, o negócio entre Gol e Embraer deve ser concluído até o fim do ano. Há uma disputa em curso porque, paralelamente às conversas com a Embraer, a Gol negocia com a Boeing, sua fornecedora exclusiva neste momento. Sua frota é composta hoje por 114 aeronaves dos modelos 737-700 e 737-800.

O Valor apurou que o programa de incentivo à aviação regional, anunciado pelo governo federal para entrar em vigor em 2015, aumentou o interesse de mais de uma companhia nacional pelos jatos da Embraer. O governo promete investir R$ 7,3 bilhões na reforma e ampliação de 270 aeroportos regionais. O plano é levar o transporte aéreo a um raio de até 100 quilômetros, atingindo 95% dos brasileiros. A ideia é subsidiar passagens, até o limite de 60 assentos por voo, nas rotas não lucrativas.

A Gol não está sozinha nas sondagens sobre o novo jato da Embraer. A TAM já anunciou que, até o fim do ano, vai se posicionar sobre a possibilidade de comprar jatos para voar nas rotas regionais e adiantou que os modelos da Embraer são os favoritos nessa operação.


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A Azul, única companhia nacional que opera jatos da Embraer, assinou em julho pedido firme para compra de 30 aeronaves E195-E2 e mais 20 opções de compra, encomenda avaliada em US$ 3,1 bilhões. As unidades extras serão adquiridas assim que a demanda da aviação regional se confirmar, disse o presidente da empresa, David Neeleman.