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USP passa a integrar rede internacional de laboratórios da Indústria 4.0

Laboratório da USP é o pioneiro da América Latina em organização voltada à formação de pessoal para a Indústria 4.0.

Por: Jornal da USP      08/08/2022 

A Fábrica do Futuro da USP, um laboratório que simula um ambiente real de manufatura com a aplicação de tecnologias da Indústria 4.0, é a primeira instituição da América Latina admitida na International Association of Learning Factories (IALF). A organização é a principal rede acadêmica internacional de laboratórios conhecidos como Fábricas de Aprendizagem (Learning Factories), que possuem ênfase na formação de pessoal altamente qualificado para atuar na Indústria 4.0

A admissão da iniciativa brasileira foi decidida no encontro anual de 2022 da rede, que ocorreu em Singapura. Na ocasião, a Fábrica do Futuro foi representada pelo pesquisador colaborador da Escola Politécnica (Poli) da USP, prof. Klaus Schützer, que destacou o pioneirismo e liderança que a iniciativa representa. A participação da Fábrica do Futuro na IALF permitirá que o laboratório da USP integre grupos de trabalho conjuntos na rede internacional, incrementando o intercâmbio de melhores práticas de ensino e o desenvolvimento de novas tecnologias. Com a entrada da USP, a rede passa a ter 22 laboratórios em 15 países. 

Segundo o coordenador da iniciativa e professor da Poli-USP Eduardo Zancul, a infraestrutura é aplicada tanto para o ensino, em aulas e atividades práticas, como na pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para a digitalização da manufatura, e em demonstrações para a indústria. “A entrada na rede internacional foi um passo importante, para o qual nos dedicamos um bom tempo ao longo de anos. As atividades do laboratório contam com uma forte parceria universidade-empresa”, afirma Zancul. O que, segundo ele, é essencial para que o laboratório se mantenha atualizado tecnologicamente e em relação aos desafios da indústria. A iniciativa conta com apoio do fundo de endowment de egressos da Escola, Amigos da Poli, e de empresas como TOTVS, PPI-Multitask, MVISIA e da consultoria Zorfatec. 


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Angela Maria Gheller Telles, diretora de Oferta e Produtos – Supply Chain da TOTVS, acredita que “a troca de informações e conhecimento entre as empresas privadas e instituições de ensino alavanca a inserção de novas tecnologias e conceitos em produtos que possam ser ofertados. Além disso, é fundamental essa parceria para mostrar ao mercado de forma simples e padronizada como as novas tecnologias e visões integradoras são fundamentais para a implantação da Indústria 4.0”. 

“O ambiente de aprendizagem e pesquisa da IALF é perfeito para compartilharmos os desafios que nossos clientes enfrentam em suas jornadas 4.0. Temos certeza que com a contribuição dos alunos e pesquisadores vamos acelerar a criação de produtos inovadores e relevantes para a digitalização da indústria nacional”, diz Marcelo Pinto, CEO da PPI-Multitask.

De acordo com Henrique Oliveira, diretor de Operações da MVISIA, “a participação da Fábrica do Futuro na IALF permitirá aumentar a visibilidade de tecnologias 4.0 nacionais, como é o caso dos produtos de Visão Computacional que foram desenvolvidos pela MVISIA no Brasil”.

Já para Paulo Roberto Santos, da Zorfatec – empresa especializada em consultoria para Indústria 4.0 –, o projeto Fábrica do Futuro é uma grande oportunidade para que empresas compreendam melhor os conceitos de Indústria 4.0, na prática, e iniciem o planejamento de sua jornada. “Nos sentimos honrados por participar da elaboração do conceito da Fábrica do Futuro”, conta.

Fábrica do Futuro e a Indústria 4.0

A Fábrica do Futuro é um ambiente de manufatura próximo do real para pesquisa, ensino e demonstração de conceitos e tecnologias de Indústria 4.0. O laboratório viabiliza o desenvolvimento de provas de conceito, a capacitação profissional e a disseminação de novas tecnologias.

O termo faz referência à chamada 4ª Revolução Industrial – uma era impulsionada por inovações como internet das coisas, robótica, Inteligência Artificial e impressão 3D. Conhecido também como manufatura avançada, esse novo conceito de indústria envolve uma cadeia produtiva totalmente conectada, na qual os processos são adaptáveis às necessidades de produção e os recursos são usados com maior eficiência.

O projeto é inspirado nas fábricas de ensino, uma tendência internacional nos cursos de engenharia, principalmente na Alemanha, onde surgiu a noção de Indústria 4.0. São espaços para os estudantes acompanharem, na prática, como as tecnologias podem ser aplicadas no ambiente fabril, em geral, com foco em um produto específico.

A fábrica está instalada no Centro de Inovação da USP (InovaUSP), que congrega esforços de inovação da Universidade. Marcelo Zuffo, diretor do InovaUSP e professor da Poli-USP, ressalta que, “com esse reconhecimento internacional, demonstramos que a Universidade está atenta aos modelos mais avançados de inovação para a Indústria 4.0”.

A implantação da Fábrica do Futuro foi iniciada na USP em 2015. Em 2018, a iniciativa foi contemplada em um edital da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que resultou na sua consolidação. 

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