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Educação sustenta o caminho para o sucesso da Indústria 4.0

Por: Celio Antunes      17/06/2019

Desde a primeira Revolução Industrial, nos séculos 18 e 19, a velocidade em que a indústria vem se transformando é cada vez mais vertiginosa, com exigências e oportunidades à altura do grau de inovação. Se o ponto de partida foi a mecanização e o advento das máquinas a vapor e a carvão, a segunda revolução industrial tornou-se realidade a produção em massa por meio de linhas de montagem, movidas a petróleo e eletricidade, os combustíveis que permitiram que essa nova fase tivesse escala. Na terceira revolução industrial, a palavra-chave é automatização, graças aos recursos da tecnologia da informação. A era que chega é a quarta revolução industrial, marcada pela produção inteligente, incorporada com internet das coisas e big data.

Essa evolução da indústria se desenvolve ao redor de dois princípios: automação cada vez maior, ao mesmo tempo em que a inovação vem de uma nova abordagem do uso de dados. A 4ª Revolução Industrial é impensável sem os insights da Internet das Coisas, padrões de cibersegurança, uso massivo de Big Data e Inteligência Artificial, Integração de Sistemas e Computação em Nuvem, que definem o modo de vida, indicam a necessidade de novos produtos e até mesmo padrões de serviços indispensáveis no dia a dia. Inovações como as experiências de realidade aumentada e manufatura aditiva, que usa ferramentas tão inovadoras quanto a impressão 3D. Para tudo isso, robôs autônomos são peça central.

Nesse sentido, o Brasil ainda está alguns passos atrás. Uma das profissões do futuro é a de robotista, o profissional que sabe programar robôs. Apesar da alta demanda que já existe na indústria e que só vai crescer, a profissão ainda não é regulamentada no Brasil. No entanto, a automação significa redução de custos, aumento de produtividade e, consequentemente, de competitividade. Nesse cenário, o mercado está carente de mão-de-obra especializada, na contramão da saturação de diversas outras profissões. É uma carreira de rápida ascensão profissional, em especial no setor automotivo e alimentício.


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Segundo dados da Federação Internacional de Robótica (IFR, da sigla em inglês), em 2016 foram vendidos 1,8 mil robôs industriais no mercado brasileiro. Pela estimativa da instituição, 400 mil unidades devem ser colocadas no mercado - só no Brasil, serão 3.500 novos robôs, que podem atuar em setores como o têxtil, calçadista e automotivo. A formação é compatível com nível técnico; a robótica tem como ferramenta principal de trabalho um robô que pode ser programado para várias tarefas, em três ou mais eixos.

Embora os cursos de Nível Superior de Mecatrônica incluam módulos de robótica, para a atuação na área deve-se buscar uma formação específica. Em outras palavras, quem busca a formação para robotista deve procurar um curso que inclua operação, programação e integração da máquina. O robotista deve saber programar e operar o equipamento seguindo as regras de segurança daquele setor da indústria - além da formação técnica em robótica, o conhecimento do setor de atuação faz toda a diferença para uma colocação profissional diferenciada.

Como principal responsável pela automação, a pedra fundamental de diversos campos de inovação da Revolução Industrial 4.0, o robotista é a base, o verdadeiro exército que vai participar da formatação operacional de muitas das tecnologias disruptivas de hoje e de amanhã. Se hoje já vemos caminhando tecnologias como policiamento preditivo e uma verdadeira revolução energética baseada em forças da natureza como ventos, sol e mar, que nos libertará da dependência de combustíveis fósseis, nas próximas décadas a automatização estará em praticamente todas as indústrias e campos inovadores do conhecimento. Inclusive em propostas que hoje soam como ficção científica - mas tudo que temos hoje, inclusive na vida cotidiana, também já pareceu impossível um dia.

 

Leia o artigo "Robotista: Mão de obra qualificada inexistente no Brasil" que saiu na revista Manufatura em Foco.
*O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.

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Celio Antunes

Celio Antunes

CEO da IMPACTA Faculdade Impacta Tecnologia: Instituição de ensino superior voltada para as áreas de Gestão, Design, Tecnologia da Informação e Mercado Digital, a Faculdade Impacta Tecnologia foi criada em 2003 para suprir a falta de mão de obra qualificada e especializada do mercado. Seu portfólio de ensino completo inclui cursos de Graduação, Pós-Graduação e MBA. O principal objetivo é formar os futuros líderes e executivos do mercado de TI, CIOs (ChiefInformation Officer) e profissionais aptos a aplicar a Tecnologia da Informação nos negócios das empresas. A Instituição possui um corpo docente com mais de 40 PhDs e 60 MScs, formados pela USP, FGV e PUC, entre outras universidades de renome.