Pinhão manso: aposta para combustível de aviação

A indústria de transporte aéreo, aos poucos, avança no desenvolvimento de combustíveis que emitem uma quantidade menor de gases do efeito estufa, com o objetivo de diminuir sua influência no aquecimento do clima da Terra. Exemplo disso é uma nova parceria entre empresas dos setores de biocombustível e aviação, que deverá acelerar a produção de óleo de pinhão manso como fonte de energia para mover aeronaves brasileiras.

O pinhão manso é uma oleaginosa, cujo óleo pode substituir fontes não renováveis para combustíveis. Além de sustentável, trata-se de uma matéria-prima de baixo custo que gera impacto positivo em comunidades locais. O desafio é atingir uma produção em larga escala que atenda às demandas da aviação.

A parceria foi firmada entre a SGB - SG Biofuels, empresa de culturas de bioenergia, e a JETBIO, líder de uma iniciativa que inclui Airbus, BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento, Bioventures Brasil, Rio Pardo Bioenergia, Air BP e TAM Linhas Aéreas. O investimento prevê a implantação de mais de 30 mil hectares de plantações consorciadas de pinhão-manso no Centro-Oeste.

Na primeira fase do programa, que inclui financiamento da Airbus e do BID, a SGB desenvolverá variedades híbridas – ou melhoradas – que serão adaptadas à região centro-oeste, escolhida pela grande disponibilidade de pastagens subutilizadas, segundo as empresas da parceria. Os híbridos que tiverem bom rendimento para o projeto comercial serão selecionados e testados em parceria com a Bioventures Brasil e Rio Pardo Bioenergia.

O uso do óleo de pinhão manso para a produção de bioquerosone para as empresas aéreas ainda ajudará a alcançar metas do setor mundial, que objetivam a redução drástica das emissões até 2020. De acordo com um estudo feito pela Universidade Tecnológica de Michigan com a empresa UOP Honeywell, os biocombustíveis de aviação produzidos a partir do pinhão manso reduzem entre 65% e 80% das emissões de gases do efeito estufa comparados com o querosene de aviação derivado do petróleo.

Companhias como Lufthansa, Interjet e Aeromexico já usam combustível de pinhão manso em voos comerciais. No Brasil, por enquanto, foi realizado em voo de teste com uma mistura com base na matéria-prima em uma aeronave comercial Airbus da TAM. 


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