Para que serve um Black Belt?

Líderes da filosofia empresarial Seis Sigma, são profissionais treinados para reduzir custos e aumentar produtividade

Dedicar tempo e conhecimento para entender os problemas e buscar melhorias para diminuir ou eliminar falhas que possam afetar a produtividade de uma empresa. Esta é a função básica dos Black Belts, profissionais especialmente treinados que lideram a aplicação das metodologias e ferramentas da filosofia Seis Sigma - uma parte do formato de gestão Lean (veja a matéria Para saber mais sobre o nascimento do lean). No entanto, é preciso lembrar que o Seis Sigma é um processo nascido na norte-americana Motorola, em 1986, diferente do Lean, que surgiu no Japão, dentro da Toyota, na década de 1970, por isso, possuem suas diferenças.

Os principais pontos que os dois processos trabalham na empresa são eliminação de perdas, redução de custos e melhoria na produtividade. Segundo Sammy Obara, consultor da Honsha Gestão Empresarial, essas mudanças no dia-a-dia da entidade costumam ter um impacto de, no mínimo, US$ 100 mil nas economias anuais - o que pode ser a diferença entre lucro e déficit. "A combinação entre a aplicação das metodologias com os resultados financeiros gerados são a base para a certificação do Black Belt", explica.

No processo Seis Sigma existem três tipos de profissionais especializados. Os Champions são diretores e gerentes que permitem colocar em prática os projetos desenvolvidos, e é exigido treinamento de 30 horas/aulas para ser graduado. Os Green Belts ajudam os Black Belts na implementação dos projetos, sem se dedicar exclusivamente ao processo Seis Sigma, possuindo formação em curso de 100 horas/aulas, mais desenvolvimento de projeto. Já os Black Belts se dedicam exclusivamente à filosofia Seis Sigma, são eles os responsáveis por todo o projeto, desde a ideia até a sua execução. Para ser um Black Belt é necessário ter certificação em curso de 200 horas/aulas, mais desenvolvimento de projeto.

Mais do que a certificação, para ser um Black Belt é preciso ser dinâmico, ter habilidade para acompanhar e executar projetos, ser hábil para efetuar e aceitar mudanças e ter capacidade de liderança. Como a maioria das publicações sobre o assunto são em inglês, possuir conhecimento da língua também é essencial.


Pela especialização que exigem e pelo retorno financeiro da aplicação da filosofia, os Black Belts são profissionais muito requisitados no mercado de trabalho. "O Six Sigma treina um grupo seleto de profissionais de uma empresa, que então se tornam responsáveis por grandes mudanças e melhorias através da implementação de ferramentas e técnicas, geralmente bastante complexas para que os trabalhadores da linha de frente possam usar cotidianamente", esclarece Obara.

Como parte de um processo maior, o processo Seis Sigma, e seus líderes, se encontram inseridos em uma gestão mais ampla, capaz de alcançar os outros integrantes da linha de produção. "O Lean faz uso da participação e contribuição de todos os colaboradores de empresa, com foco em atacar os problemas do dia-a-dia através da aplicação constante de conceitos simples. Seus princípios, no entanto, requerem uma mudança na cultura da empresa, liderada de cima para baixo, de forma que engaje todos os níveis hierárquicos de maneira consistente e sustentável".

Mas Sammy Obara reforça que "o importante é refletir o quanto as atividades que agregam valor representam no total das oportunidades de melhorias existentes num sistema de valor". Atualmente, é difícil que uma empresa sobreviva à concorrência sem se preocupar com redução de custos e eliminação de perdas. E ter profissionais capacitados e habilitados para colocar em prática ideias que alcancem maior lucratividade da entidade é essencial.


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