Conheça os 7 erros fatais de um currículo

No mundo corporativo, o currículo tem o papel de preparar o caminho para que o candidato a uma oportunidade de trabalho consiga, na entrevista, convencer o recrutador de que ele é o profissional ideal para aquele cargo.

No entanto, na obstinação para conquistar o emprego dos sonhos, muitos acabam caindo em deslizes banais, porém perigosos para um currículo ou até para a carreira.

Conversamos com especialistas para saber quais os principais erros em um currículo.

1. Ser megalomaníaco
O excesso é o primeiro erro fatal de quem está elaborando um currículo. “Há profissionais que descrevem, em detalhes, todos os seus  projetos anteriores ou todos os cursos possíveis que fez ao longo da carreira”, diz Guilherme Brandão, sócio da 2GET. “Nenhum headhunter irá ler um documento destes”.

Por isso, concisão é palavra de ordem para quem quer elaborar um bom currículo. A começar pelo limite de páginas. De acordo com especialistas, o currículo ideal deve ter no máximo duas páginas.

Para não ultrapassar essa marca, a dica é divulgar no currículo apenas as experiências que são relevantes para o cargo em questão. Limite também o período. Não vale divulgar no currículo um curso que você fez há mais de dez anos.

O mesmo critério vale para as premiações que o profissional recebeu. “O candidato deve apenas divulgar os prêmios que tenham relevância e aderência à carreira dele”, explica Matilde Berna, diretora de transição da Right Management.

2. Pular o essencial (ou o vergonhoso)
Se alguns pecam pelo excesso, outros erram pela omissão. Segundo os especialistas, leva cartão vermelho todo candidato que decidir ocultar passagens frustrantes de sua carreira, como uma demissão ou um período curto de tempo em uma empresa.

“Se o profissional errou, ele não pode se esquivar disso”, afirma Brandão. Por isso, não hesite em assumir seus erros. Mas prepare-se para encarar questionamentos relacionados a eles na entrevista.

Por outro lado, muitos candidatos se esquecem de informações essenciais. De acordo com pesquisa recente da consultoria Right Management, 60% dos recrutadores admitem que é imprescindível que o profissional informe a data de nascimento e o estado civil no currículo.

3. Ser discípulo de Pinóquio
Além de acabar com a sua reputação, a mentira no currículo, agora, pode levar para a cadeia. Tramita na Câmara dos Deputados, um projeto de lei que torna crime o ato de publicar informações falsas em um currículo.

Segundo o texto do projeto de lei, de autoria do deputado Carlos Bezerra (PMDB/MT), a pena prevista é de dois meses a dois anos de detenção.

Por outro lado, não confunda marketing pessoal com autopromoção. Currículos repletos de adjetivos vazios não convencem recrutador algum.

“O candidato precisa mostrar resultados práticos, dados que revelem o perfil dele”, diz Brandão.

4. Bancar o caridoso
No campo destinado ao trabalho voluntário, por outro lado, não vale fazer pose e bancar a alma mais benevolente da terra.

Muitos candidatos, de acordo com os especialistas, compilam uma porção de instituições onde supostamente eles fariam voluntariado. No entanto, isso pode soar irreal demais.

Se você apenas oferece apoio esporadicamente para essas instituições, não adianta incluí-las no currículo. Cite apenas trabalhos voluntários onde você está, de fato, muito envolvido.

5. Pecar contra a língua portuguesa
Assassinar a língua portuguesa é, de longe, um dos erros mais dolorosos de um currículo. Por isso, fique atento para as conjugações verbais e para a ortografia.

“O ideal é que o candidato faça frases com verbos substantivados”, afirma Matilde. Assim, segundo ela, em vez de escrever “desenvolvi um projeto”, prefira “desenvolvimento de projeto”, por exemplo.

Lembre-se: o currículo pode ser o passaporte para a sua carreira dos sonhos. Erros de português podem demonstrar falta de atenção e de cuidado. "Dá a impressão de que o candidato não se preocupou com a preparação do material", diz Brandão.

6. Superestimar a fluência
Não brinque com o valor da sua fluência em outro idioma. Não importa o quanto você falou bem outra língua no passado. Se, hoje, seu sotaque anda meio enferrujado, seja sincero no currículo.

O recrutador irá testá-lo durante a entrevista. E não pega bem gaguejar uma contradição dessas na frente dele.

Por isso, prefira descrever bem qual seu nível real do idioma em questão. Uma dica é colocar a pontuação que você obteve em exames de proficiência de língua estrangeira. Mas não se esqueça de informar a validade desses resultados.

"Se o candidato não conseguir sustentar essa informação que colocou no currículo, pode perder uma oportunidade de emprego", diz Matilde.

7. Esbanjar megabytes
Atenção para o tamanho do arquivo que você irá enviar para o recrutador via e-mail. Além de não necessárias para um processo de seleção, fotos acabam com a caixa de entrada do correio eletrônico do headhunter.

Se o arquivo está muito pesado há risco de não chegar até o recrutador. Ou pior: ele pode ficar tão exausto de esperar pelo download, que irá deletar o arquivo sem ao menos lê-lo.

Cuidado também com a formatação. “O currículo é uma apresentação. Faça-o de maneira sintética. Não precisa inventar muito”, diz Brandão. 


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