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Agência sinaliza que vai aprovar a modalidade de produção energética de pequeno porte testada pela Itaipu Binacionalem parceria com a Copel.
O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, anuncia hoje, terça-feira, no Fórum Global de Energias Renováveis, em Foz do Iguaçu, que recebeu do diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica, Jerson Kelman, a garantia de que o órgão federal vai aprovar o projeto de Geração Distribuída (produção de energia junto à unidade consumidora), modalidade que foi implantada e testada pela empresa em parceria com a Companhia Paranaense de Energia (Copel), na região Oeste do Paraná. “O trâmite do projeto na Aneel já caminhou 99%, faltando apenas algumas formalidades burocráticas que serão concluídas dentro de 15 dias”, comemorou Samek, que recebeu a notícia de Kelman ontem, por telefone.
A Geração Distribuída é a modalidade de produção de energia que viabiliza a adoção de pequenas unidades geradoras, baseadas em fontes renováveis. Apesar de haver um marco regulatório para o tema (Decreto Federal 5.163, de 2004, e Norma Técnica 167 da Aneel, de 2005) faltavam estudos que estabelecessem parâmetros operacionais. Por isso, a Itaipu e a Copel se uniram para viabilizar esse tipo de geração em uma granja de suínos localizada em São Miguel do Iguaçu. A partir do referendo da Aneel, as empresas do setor elétrico poderão comprar a energia produzida em propriedades como essa.
Nessa propriedade, os dejetos de 3 mil suínos são acumulados em um biodigestor, onde geram biogás, que é utilizado para movimentar um motogerador que abastece toda a infra-estrutura, inclusive um conjunto de residências. A energia excedente (em uma semana de testes foram gerados 380 megawatts/hora de sobra) é incorporada à rede pública graças a um painel fornecido pela Woodward e aprimorado pela Copel, que permite controlar o fluxo da eletricidade entre as redes interna e externa. “O principal aspecto não é o energético, mas o econômico, pois além da economia na conta de luz, o produtor rural passará a ter uma nova fonte de renda. Além disso, essa modalidade tem grande potencial para fomentar a economia local, com a aquisição de produtos e serviços”, acrescenta Samek.
A partir dessa experiência, a Itaipu implantou, com outros parceiros, outras unidades do gênero, como a Estação de Tratamento de Esgoto Ouro Verde, com a Sanepar, onde os resíduos do tratamento geram energia, combinados com a instalação de painéis fotovoltáicos, para produção de energia solar. Também são parceiros a Cooperativa Lar e a empresa Star Milk, ambas com projetos de geração energética a partir da biomassa residual da atividade agropecuária.
A principal vantagem do uso de biodigestores para a produção de energia é ambiental, já que o processo reduz em 80% as cargas orgânicas dos efluentes. E o processo tem como subproduto o biofertilizante, para ser usado na agricultura. “Um dos grandes vilões do aquecimento global é o gás metano (CH4), decorrente dos dejetos da pecuária e também do esgoto urbano”, explica Samek. “Estamos mostrando as inúmeras possibilidades que temos de produzir energia limpa, provando que é possível compatibilizar crescimento econômico, geração de emprego e renda e preservação ambiental”.